A festa anual em honra do mártir São Sebastião é uma tradição antiga e justo motivo de orgulho das laboriosas gentes de Amiais de Baixo. Há registos da sua realização desde 1847. Inicialmente decorria no dia 20 de Janeiro. Passou depois, não se sabe bem quando, a realizar-se no sábado anterior ao domingo magro. A evocação da condição de mártir do santo pode ser vista também como uma alusão às provações passadas pelos homens da terra, que eram sobretudo serradores e passavam longos períodos nos pinhais longe da família.Os quatro dias de festa, de sábado a terça-feira, foram mudando de moldes ao longo dos tempos, acompanhando a evolução da vila. No final da década de setenta do século passado deixou de se construir os coretos e as quermesses propositadamente para as festividades. Surgiram equipamentos desmontáveis, os vistosos arcos e os espectáculos musicais com artistas de renome.O fogo de artifício na noite de sábado, uma das imagens de marca que chama muitos forasteiros, sofisticou-se gradualmente e é tido como o maior espectáculo do género que anualmente ocorre no distrito de Santarém.A vila quase não dorme durante os dias de festa. As alvoradas dão-se logo pelas oito da manhã e a animação dura até às tantas. As casas particulares têm sempre a mesa posta com petiscos e bebidas. Uma banda musical anima as ruas durante os quatro dias, levando a festa a todo o lado.As procissões são momentos de devoção que se aliam harmoniosamente às manifestações mais profanas. Na noite de sábado o povo parte da casa do juiz da festa e, empunhando archotes, vai buscar a imagem do Arcanjo São Miguel à capela do cemitério transferindo-a por dois dias para a igreja da vila, onde fica junto da imagem de Nossa Senhora da Graça.No domingo as duas imagens sagradas percorrem as ruas de Amiais de Baixo e muitos devotos aproveitam para cumprir as suas promessas e ofertas aos santos. Segunda-feira decorre a última procissão com o retorno de São Miguel à capela do cemitério.