uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante

Eleições antecipadas no PSD de Santarém

Ramiro Matos demitiu-se para clarificar posições

Ramiro Matos demitiu-se para forçar eleições antecipadas e afastar alguns críticos. Mas deverá ter oposição nas urnas.

A demissão do presidente da comissão política concelhia de Santarém do PSD, Ramiro Matos, vai obrigar à realização de eleições antecipadas para esse órgão. O dirigente demissionário alega que se fechou um ciclo com as últimas eleições autárquicas e quer aproveitar para arrumar a casa e clarificar posições entre as várias tendências.Certa é já a recandidatura de Ramiro Matos, que com o seu pedido de demissão acabou com o desconforto que vinha sentindo por estar a trabalhar com alguns elementos que não são da sua confiança política. Como os vice-presidentes da concelhia António Oliveira e Hélia Félix.Em declarações ao nosso jornal, Ramiro Matos diz que com as últimas autárquicas fechou-se um ciclo e que só não avançou mais cedo com a demissão porque entretanto meteu-se a campanha para as presidenciais. “Cumprimos o fim a que nos propusemos, que era ganhar a Câmara de Santarém. Agora o partido terá que se reposicionar no contexto político concelhio”. “Precisamos de sangue novo mas também de o equilibrar com a experiência dos mais velhos”, afirmou Ramiro Matos, admitindo que vai haver renovação das listas e que o grupo que com ele preparou as autárquicas vai compor o núcleo duro.Recorde-se que o processo que conduziu ao apoio à candidatura de Moita Flores à Câmara de Santarém ajudou a abrir brechas no PSD de Santarém, que aliás nunca foi um modelo de coesão. António Oliveira e Hélia Félix, vereadores em anteriores mandatos, não foram grandes entusiastas da estratégia seguida. E os seus nomes desapareceram das listas do partido, com Ramiro Matos a privilegiar pessoas da sua confiança pessoal e política.António Oliveira reconhece que o processo das autárquicas pode ter tido alguma influência no desfecho recente. Mas diz que as principais razões para as fracturas no seio da comissão política se deveram a questões de relacionamento e organização.“Não havia participação de todos”, afirma António Oliveira, que garante não estar a par de movimentações para elaboração de uma lista opositora a Ramiro Matos. “Se há negociações não é com o meu conhecimento, mas estou a observar atentamente tudo quanto se está a passar”.A mesma fonte diz ainda que as eleições antecipadas são uma boa oportunidade para clarificar as coisas dentro de um partido que finalmente conseguiu ser poder em Santarém. “Pode dar-se a sensação de que existe alguma divisão, mas após as eleições há uma maior responsabilidade de quem é eleito e pode haver um reforço do próprio partido”, afirma.Para já não há data marcada para as eleições, nem listas apresentadas ao presidente da mesa do plenário de militantes. António Campos diz que o sufrágio só se vai realizar lá para final de Março ou princípio de Abril, depois do congresso nacional do partido marcado para 17 e 18 de Março.Uma coisa parece certa: Ramiro Matos não deverá ir à luta sozinho. Embora, como nos confidenciou um histórico social-democrata, os críticos da estratégia para as autárquicas tenham agora de reconhecer que afinal a mesma estava correcta.

Mais Notícias

    A carregar...