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Oposição contra oposição

Oposição contra oposição

Maioria social-democrata na Câmara de Tomar com a vida facilitada

Em Tomar, os dois partidos da oposição com assento na câmara têm protagonizado uma guerra cerrada entre si, deixando a maioria social-democrata com a tarefa facilitada.

Os dois vereadores da Câmara de Tomar eleitos pelo movimento Independentes por Tomar – Pedro Marques e Rosa Dias – e o vereador socialista Carlos Silva raramente estão de acordo e quando uma força vota contra uma deliberação da maioria a outra tem por hábito abster-se ou votar a favor.As posições assumidas nas reuniões de câmara estendem-se à assembleia municipal, onde não raras vezes as bancadas dos Independentes e do PS trocam “mimos” e acusações.Como na última assembleia, realizada quinta-feira. Os Independentes parecem ainda não terem “engolido” o facto da maioria social-democrata ter aprovado a proposta do PS para a instalação do parque de campismo da cidade na Quinta da Machuca. Na reunião de câmara onde o presidente António Paiva (PSD) e os seus vereadores aceitaram a proposta do PS, os Independentes marcaram a sua posição com a abstenção. Alegaram, entre outras coisas, não haver um estudo que sustentasse a viabilidade do projecto naquele local. E teimaram na concretização do parque no antigo local, junto ao estádio municipal, uma localização há muito posta de parte pela maioria.Na quinta-feira, o deputado socialista António Oliveira voltou à carga, acusando os Independentes de terem apontado baterias para “a ousadia, imagine-se” do vereador do PS, ao ter apresentado a proposta do parque de campismo para a Machuca.“Disseram impropérios e fizeram acusações que vão da incoerência à irresponsabilidade”, referiu o deputado, lendo um texto subscrito pela bancada socialista, adiantando que os Independentes “vão ao ponto de dizer que essa proposta foi feita só para marcar presença”.Porque, na opinião dos Independentes, a concretização do parque de campismo na Machuca não vai trazer de volta os turistas à cidade, para fazer compras e desenvolver o comércio. “O que provoca prejuízos aos comerciantes é todo um rol de dificuldades e problemas que nada têm a ver com os turistas do parque de campismo”, considera o PS.Relativamente ao facto de os Independentes afirmarem que o PS está ao lado da maioria e, com essa atitude, criar “um bloco central autárquico”, a bancada socialista contrapõe afirmando não “prestar vassalagem a ninguém”.“Não pedimos autorização a ninguém para apresentar as nossas propostas e aprovaremos as que nos parecerem boas. Mas votaremos contra as más”.As palavras passaram aos actos aquando da votação da primeira moção apresentada pelos Independentes, que exigiu do Governo o reforço do Fundo Nacional de Transferências para as freguesias, a fim de permitir que, a breve prazo, a câmara possa dar mais dinheiro às 16 freguesias do concelho.Apesar de esta ser também uma reivindicação do PS, que na reunião camarária de 31 de Janeiro apresentou até uma proposta nesse sentido, a verdade é que, na quinta-feira, a bancada socialista foi a única a abster-se, aquando da votação da moção dos Independentes. Enquanto os dois partidos continuam em guerra aberta, o executivo social-democrata de António Paiva vai levando a água ao seu moinho. E tem a vida facilitada por uma oposição que prefere lutar entre si que juntar esforços e cerrar fileiras contra o partido no poder.Margarida Cabeleira
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