Vila Franca promove o sável
Restaurantes apostam no sável fresco e esperam milhares de visitantes
O apaladado sável frito acompanhado com açorda de ovas de sável é durante este mês o rei dos restaurantes do concelho de Vila Franca de Xira. A 17ª edição da campanha gastronómica “Março – mês do sável” promete continuar o êxito das edições anteriores ao colocar o concelho no roteiro dos gastrónomos. Estando o concelho à beira Tejo, Vila Franca sempre procurou retirar deste recurso natural as riquezas que este dispõe. O sável é um dos peixes que vêm ter ao Tejo, na época de reprodução, e que ao longo dos anos foi conquistando o estômago dos habitantes do concelho.Para os restaurantes participantes na iniciativa da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, este mês é sinónimo de mais clientes. José Maria Eufrazão, proprietário do restaurante “O Calçada”, em Casal Bisau, São João dos Montes, diz que ao fim-de-semana aparecem em média 20 a 40 pessoas por dia só para provar o sável. “Vêm do Norte do país, do Alentejo e até do Algarve”, refere. José Maria Eufrazão considera, no entanto, que a iniciativa deveria começar uma semana mais tarde, porque no início do mês ainda há pouco sável. Também Pedro Gil, proprietário do restaurante “Flora” no centro de Vila Franca de Xira, refere que neste momento existe falta de peixe, o que acaba por encarecer os pratos. Pedro Gil recusa-se, contudo, a recorrer ao sável congelado, só servindo o que é nacional, que manda vir da Figueira da Foz. Dificuldades à parte, o responsável aplaude esta iniciativa pelas vantagens que traz para os estabelecimentos.Para Arnaldo Amaral, dono de um restaurante “Golfinho Branco” em Alhandra, o negócio neste início de mês está ainda um pouco morno, mas espera que venha a justificar a aposta que fez pelo segundo ano consecutivo. O sável que cozinha no seu restaurante é comprado a um pescador de Alhandra que o pesca na região, como manda a tradição. Isaías Pinto e Samuel Martins do restaurante “O Retiro”, em Vila Franca, compram o sável no mercado da cidade e acreditam que seja também da região. Para estes proprietários, o mês de Março é “uma maravilha”. “Como a iniciativa já é conhecida, há pessoas que vêm de longe para comer o sável”, refere Samuel Martins. Isaías Pinto diz mesmo, em tom de brincadeira, que, pelos clientes que traz a mais, “é pena não ser todos os meses”.Alberto Pereira, proprietário do restaurante “Cabana” na Póvoa de Santa Iria, participa na iniciativa “Março – mês do sável” desde o seu início. Nesta altura diz que a afluência é sempre maior, sendo que são muitas as pessoas que vêm propositadamente ao seu estabelecimento para comer o sável frito com a açorda. Para servir a quem o visita, Alberto Pereira diz ter sempre “sável fresco”, procurando sempre que seja da região. Como explica, “o que é bom no prato de sável é a açorda e se o peixe for fresco ela fica mais suculenta”.No restaurante de Armando Morais, o “À Volta da Nora”, em Alverca, também não entra peixe congelado. Compra-o a uma peixeira de Alverca que, este ano, diz, também tem tido dificuldade em providenciar o sável. Armando Morais diz estar “um pouco apreensivo” em relação ao número de clientes para este ano. Isto porque, refere, a crise económica está a afastar as pessoas dos restaurantes. Apesar da apreensão, mantém a esperança que o mês venha ainda a ser lucrativo, como costuma ser.
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