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“Colocar o sintético é a maior estupidez”

Presidente da Casa do Povo de Vialonga defende a urbanização do terreno do campo de jogos

A colocação de um sintético no pelado de Vialonga está a dividir a comunidade. A Casa do Povo, dona do espaço, defende a sua alienação e contraria a pretensão do clube que corre o risco de ter de jogar em casa emprestada em Setembro.

O presidente da Casa do Povo de Vialonga considera “um erro crasso” qualquer investimento que se faça no parque de jogos local. Carlos Agostinho ergue a sua voz contra a colocação de um sintético no velho pelado e confirma a O MIRANTE que ainda não há qualquer acordo entre a instituição a que preside e o Grupo Desportivo de Vialonga.“Colocar o sintético é a maior estupidez e revela falta de visão de futuro. Este terreno é demasiado valioso”, frisa. O responsável lembra que, a pedido do clube, enviou um protocolo ao Desportivo de Vialonga, em Agosto de 2005, e que ainda não foi assinado. Carlos Agostinho adianta que interrompeu as férias e saiu de Lamego para ir a Vialonga assinar o protocolo, mas o presidente do clube não compareceu porque estava de férias no Sul de Espanha. “Daí para cá, o clube nunca mais teve uma palavra”, refere.Entretanto, o Grupo Desportivo de Vialonga apresentou uma candidatura que aguarda homologação na secretaria de Estado da Juventude e Desporto. O clube terá junto ao processo um protocolo assinado na década de 1950 e com um prazo de validade de 60 anos.Apesar do protocolo estar ainda legitimado, o presidente da Casa do Povo argumenta que não poderá ser feita nenhuma intervenção no campo sem a autorização da instituição. “Não queremos prejudicar o Vialonga, mas temos de acautelar os interesses da casa do povo”, justifica. A colocação do sintético deverá custar 350 mil euros e o valor previsto para a comparticipação da administração central é “reduzido” e pode obrigar a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira a reforçar o financiamento. O vice-presidente Alberto Mesquita disse a O MIRANTE que a câmara solicitou que o projecto fosse analisado com carácter de excepção tendo em conta as condições em que o clube trabalha com centenas de jovens na área da formação e a necessidade de ter dois campos.Campo cobiçado por construtoresO actual campo de jogos pelado e os terrenos anexos têm 15 mil m2 de área e depois da revisão do Plano Director Municipal (PDM) em curso, irão ficar numa zona urbanizável. O MIRANTE apurou que o presidente da Casa do Povo já sondou alguns empresários da construção para avaliar o terreno e há interesse em estudar um eventual negócio.Carlos Agostinho defende que a venda será uma mais valia para a freguesia e sugere que a receita proveniente deve ser aplicada em projectos de solidariedade social numa parceria que envolva a instituição, o clube, a câmara e a segurança social.Por outro lado, sustenta que a câmara e o Vialonga devem apostar na construção do complexo desportivo no terreno reservado para o efeito e criar todas as condições. “Foi um erro construir o pavilhão gimnodesportivo naquela zona. As infraestruturas devem ser centralizadas”, refere.O MIRANTE fez várias tentativas para ouvir o presidente do Grupo Desportivo de Vialonga, Amílcar Carvalheiro que até à hora do fecho desta edição não esteve disponível para dar os esclarecimentos pretendidos.Recorde-se que o clube está na III Divisão Nacional, e tem de disputar os jogos em casa emprestada. Uma situação que não agrada a jogadores, técnicos, dirigentes e sócios do Vialonga.Nelson Silva Lopes

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