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Citaves tem 15 dias para isolar milhares de patos

Citaves tem 15 dias para isolar milhares de patos

Decisão da Direcção Geral de Veterinária apanhou empresa desprevenida

A determinação é da Direcção Geral de Veterinária e não tem contemplações. Se a empresa não cumprir perde os alvarás e tem de abater as aves em matadouro.

A determinação da Direcção Geral de Veterinária, coordenadora nacional das acções de profilaxia relativamente à gripe das aves, é bem clara – o grupo Citaves tem de confinar os patos das suas duas explorações “de forma que sejam mantidas isolados, ou sob abrigos suficientemente dissuasores de aves selvagens, de modo a impedir o contacto com aves de vida livre, nomeadamente aquáticas”.Caso a empresa de Tomar não proceda, no prazo indicado, às alterações de manutenção de aves impostas, “proceder-se-á à suspensão do alvará”, avisa a DGRF. Que alerta ainda para o facto de, não agindo a empresa em conformidade com o que lhe é exigido, “todas as aves presentes na exploração são de imediato conduzidas ao matadouro para serem abatidas”.Fernando Jorge, administrador do grupo e fundador das duas explorações pateiras – Vale do Seixo e a Perdicampo, do universo da empresa Caça Brava – referiu a O MIRANTE ser muito difícil conseguir acatar a decisão da DGRF em tão curto espaço de tempo.“Estamos a falar de 60 mil patos, distribuídos por 200 hectares de terreno”, diz o administrador, adiantando ter orgulho em administrar a maior pateira da Europa, um dado que, ressalva, os serviços “desconheciam”.“Assim como desconheciam que estão ali 60 mil patos e que há alturas em que chegam a estar 230 mil”, refere o administrador, salientando que só assim se compreende como lhe é imposto um prazo tão curto para confinar tantas aves. É por isso que irá solicitar à DGRF um alargamento do prazo para, no mínimo, 60 dias.A Direcção Geral de Veterinária (DGV) deita no entanto por terra as aspirações do grupo de Tomar. Afirmando que a decisão foi tomada depois de ter sido analisado o risco actual de contágio, o director do organismo salienta que a medida perderia completamente a eficácia se fosse concedida qualquer prorrogação de prazo.Patos já deviam estarseparadosAgrela Pinheiro ressalvou ainda que o grupo Citaves não está neste momento a cumprir a legislação, nomeadamente no que respeita ao teor dos dois alvarás que possui.De acordo com o director da DGV, os alvarás (que no caso das explorações cinegéticas são concedidos pela Direcção Geral de Recursos Florestais) foram concedidos apenas para sete mil reprodutores, embora reconheça que as explorações têm capacidade para ter mais de 70 mil aves.Mais preocupante do que o número de animais ali existente é o facto de eles ainda não estarem separados. “Os alvarás são bem explícitos e referem que até ao final de Março deve fazer-se a separação por sexos das aves existentes na exploração – machos para um lado, fêmeas para outro”.O que ainda não aconteceu na duas explorações da Citaves, levando Agrela Pinheiro a afirmar que neste momento a empresa já está em infracção. “Não sei como se chega a esta altura do ano sem se ter feito essa separação”.Margarida Cabeleira
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