Três toneladas de tampas recolhidas para comprar a cadeira de rodas. Faltarão outras tantas por recolher. Estes números não saem da cabeça de João Vilagelim, um dos colaboradores da Sociedade Filarmónica União Samorense (SFUS), que está a dinamizar a campanha para ajudar Maria Celeste Carqueja.A associação de Samora Correia é uma das entidades aderentes ao projecto “Tampinhas” da Associação Tampa Amiga. A campanha prevê que as tampas sejam “convertidas” em material ortopédico e cadeiras de rodas para os que mais necessitam.A SFUS tem já cerca de três toneladas de tampas que irá entregar em breve à Resitejo, na Carregueira, Chamusca, um dos sistemas de Recolha e Valorização de Resíduos Sólidos Urbanos que aderiu ao projecto em Janeiro.Mas faltarão ainda outras três toneladas de tampas de águas, sumos, iogurtes líquidos, vinhos e detergentes para perfazer o valor da cadeira de rodas especial de Maria Celeste Carqueja, que deverá custar alguns milhares de euros.Maria Celeste Carqueja já tinha quase uma tonelada de tampinhas quando contactou a associação de Samora Correia. A missão de reunir seis toneladas de tampas parece-lhe quase impossível. Maria Celeste já quis desistir, mas João Vilagelim não deixou. Continuam a recolher tampas com a ajuda de escolas, estabelecimentos comerciais e particulares. A cadeira de rodas de Maria Celeste Carqueja só deverá entregue quando a Resitejo reunir 12 toneladas e as entregar à Sociedade Ponto Verde, como explicou ao nosso jornal o administrador delegado da Resitejo, Diamantino Duarte. A Resitejo está ainda a dar os primeiros passos no projecto, tal como a SFUS. Até lá o salão nobre da SFUS continuará a encher-se de tampas coloridas. Mesmo depois de Maria Celeste Carqueja conseguir a cadeira de rodas. “Hoje é a D. Celeste que precisa, amanhã pode ser outra pessoa”, garante João Vilagelim.