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Erro é não haver atendimento de crianças nos cuidados primários

Erro é não haver atendimento de criançasnos cuidados primáriosEm declarações a O MIRANTE o Presidente do Conselho de Administração da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, Dr. António Branco referia que pais de crianças que apresentavam situações banais como “uma simples constipação, acabam por ir á urgência pediátrica de Torres Novas porque sabem que ali o filho será sempre visto”. E acrescentava: “ o que acontece em Torres Novas é uma situação anómala, que não existe em mais nenhuma parte do país”. Tudo isto para defender que se tratava de uma “situação insustentável do ponto de vista operacional”. Quinze dias antes destas declarações, como Coordenadora da UCF de Saúde Infantil e Adolescência do Ribatejo Norte, apresentei a minha demissão. Como razão principal evoquei a problemática da criança doente que ocorre em primeira mão aos serviços de urgência, salientando a falta de implementação das propostas feitas ao longo dos últimos sete anos, formuladas algumas pela sub-região outras pela UCF, quanto à definição de competências dos Centros de Saúde, condições de apetrechamento e funcionamento para atendimento à criança doente com consequente referenciação aos Serviços de Urgência Hospitalares só quando necessário. Os números que apresentei falam por si quanto à falta de estruturação dos cuidados primários. A discussão e análise de dados ficou por ali. Há concerteza outros projectos para a saúde.Quanto à sugerida (re)(des)estruturação dos Serviços de Urgência Pediátrica no Centro Hospitalar do Médio Tejo - CHMT, feita pelo Dr. Branco, estranhamos tomar conhecimento dela através de O MIRANTE uma vez que não nos foi dada qualquer informação a nível oficial. Mais se estranha a possibilidade considerada de encerramento da Urgência Pediátrica do Hospital de Torres Novas - que é o Serviço de Pediatria do CHMT com idoneidade atribuída pela Ordem dos Médicos para formação de pediatras, para além de ser o serviço mais procurado pela população e o serviço com mais movimento, diferenciação e humanização na prestação dos cuidados solicitados pelos seus pequenos doentes.Quanto à alusão a um “erro técnico” do Serviço de Urgências do Hospital de Torres Novas ao garantir a assistência a todas as crianças que ali dão entrada afirmamos que erro, ou pelo menos falha, será a falta de criação de condições de atendimento à criança doente, nos cuidados primários. Quanto ao Dr. António Branco resta-me dizer-lhe: Discuta V. Exª estes problemas nos locais próprios, que são os Serviços de Pediatria e crie condições de atendimento nos Centros de Saúde que mereçam a confiança das famílias, que o problema do Serviço de Urgência Pediátrica do Hospital de Torres Novas ficará resolvido.Se o resultado da centralização dos Serviços de Pediatria no Hospital de Abrantes for semelhante ao que V. Exª obteve com a centralização da Maternidade, em breve se correrá o risco de fecharem ambos os serviços. E aí sim estaremos perante um grave erro. Técnico e estratégico.Ermelinda Júlia Rodrigues Gonçalves(Coordenadora demissionária da Unidade Coordenadora Funcional (UCF) de Saúde Infantil e Adolescência do Ribatejo Norte)

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