Um cidadão do mundo
Víctor Manuel Valentim Mendes nasceu em Marinhais a 14 de Fevereiro de 1959 e foi baptizado na Igreja de São João em Coruche, onde o pai era cabo da GNR. Cresceu em Vila Franca para onde foi viver com quatro anos de idade quando o pai passou a ser escrivão do tribunal local. Com humildade, conta que a mãe trabalhava a dias para ajudar o orçamento familiar.O gosto pelos toiros despertou logo na Escola do Bacalhau onde fez a instrução primária. O pai que era aficionado e via com bons olhos o gosto do filho pela festa brava pediu ao maestro José Júlio que lhe desse as primeiras lições. Mais tarde Victor Mendes conhece os irmãos Badajoz e foi António que o preparou para novilheiro e lhe apadrinhou a alternativa.Víctor Mendes foi figura mundial, triunfou nas principais praças e destacou-se pela sua humildade, inteligência, coragem, cultura taurina e facilidade de chegar ao público com simpatia, emoção e calor humano. Cumprimenta com o mesmo afecto o sapateiro que lhe arranja as botas e o Presidente da República, ou o Rei de Espanha.O matador é crente e costuma entrar nas igrejas para meditar e estar com Deus mas não tem qualquer devoção por santo ou santa em particular. Costuma rezar antes de entrar na arena. Não é supersticioso nem usa qualquer amuleto. Considera-se um homem rico porque faz o que gosta e diz que é feliz por ter uma família “fantástica”. Quando fala da esposa Helena e dos três filhos, Diogo, António e Pedro, os seus olhos brilham de uma maneira muito especial. Orgulha-se de ter o melhor museu nacional da tauromaquia em sua casa onde guarda, troféus, muletas, espadas, capotes, trajes, cabeças de toiro, quadros, esculturas e memórias sem fim. Em Setembro de 2001 cortou a colecta em Vila Franca, mas continuou a tourear porque não consegue viver sem a emoção de estar diante um toiro.
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