Comerciantes queixam-se de concorrência desleal
Tertúlias e algumas lojas de Azambuja venderam bebidas e bifanas durante a feira
Tertúlias e algumas lojas de Azambuja venderam bebidas e bifanas durante a Feira de Maio. Os comerciantes dos cafés queixam-se de concorrência desleal.
Os proprietários dos cafés de Azambuja queixam-se da concorrência desleal de tertúlias e de algumas lojas da vila que este ano venderam bebidas e bifanas durante a feira de Maio, que decorreu de 24 a 29 de Maio.O empresário da Gelataria Pinguim, Francisco Martins, é uma das vozes do protesto. O proprietário do café do largo do Rossio, protegido por uma tranqueira numa das ruas onde são largados os toiros, ainda não tem as contas feitas, mas garante que este ano a venda decresceu mais de metade em relação ao ano passado. Francisco Martins não se conforma que as tertúlias espalhadas pelo recinto da feira vendam bebidas e sandes, tal como o seu estabelecimento. O comerciante lembra que o espírito das tertúlias está a ser desvirtuado, já que deveriam limitar-se a ser espaços de convívio e confraternização e não de comércio. “Eu pago impostos para ter o estabelecimento montando que não são tão baixos como isso. Este ano até lojas de quadros venderam cervejas”, protesta o comerciante. A mesma opinião tem António Abreu, comerciante do Café “O Canha”, na Rua Vítor Cordon. O empresário reparou que as tertúlias vendiam bebidas e bifanas fazendo concorrência directa ao café. Para a proprietária da Florista Suzete, na Rua Moniz da Maia, mais grave que a venda de alimentos nas tertúlias da feira são os estabelecimentos de outros ramos que fizeram negócio durante as largadas de toiros. A mercearia do Rossio, que fechou portas durante as largadas, foi um dos estabelecimentos que abriu um balcão para vender bebidas e bifanas. O proprietário João Rosa acha-se no direito de fazer a venda, já que por causa das largadas se vê privado de exercer normalmente a venda na mercearia das 17h00 às 20h00.Mais abaixo, na tertúlia da associação dos Forcados Amadores de Azambuja também há balcão com caixa registadora ao serviço do público. O presidente, Vitorino Gonçalves, explica que já é tradição explorar o espaço para angariar fundos. Este ano um dos objectivos é garantir o dinheiro que falta para o pagamento das novas jaquetas do grupo de forcados, já que a autarquia não garantiu um apoio financeiro suficiente para custear a indumentária do grupo. O presidente da Câmara Municipal de Azambuja, Joaquim Ramos, admite que a situação se verifica todos os anos. O autarca sublinha no entanto que à autarquia não compete qualquer responsabilidade de fiscalização dos estabelecimentos comerciais do concelho, lembrando que deve ser efectuada pela Inspecção-geral das Actividades Económicas.Ana Santiago
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