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Um dia a casa vai abaixo

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Moradores da rua 9 de Agosto em Alverca aguardam intervenção há três anos

Há três anos que os moradores da rua 9 de Agosto, em Alverca, dormem com o credo na boca. Temem que as terras das traseiras cedam e destruam as casas onde vivem. A câmara refere que é preciso um investimento “pesadíssimo” e aguarda melhor oportunidade.

Mais de três anos depois desde o deslizamento de terras no talude situado nas traseiras dos prédios da rua 9 de Agosto a situação continua por resolver. Os moradores estão preocupados e reclamam da autarquia a prometida intervenção. “Eles não vêm o perigo que nós temos aqui”, refere Luísa Cunha, moradora da rua. “Há três anos que ando nesta luta, mas parece que já nem me ligam”, acrescenta. Em Novembro de 2002 as terras da barreira cederam e entraram inclusive pelas varandas de alguns prédios. Desde então que as terras têm vindo a fazer pressão sobre os edifícios provocando rachas que fazem os moradores temer o pior. A parede da garagem de Cristina Sales tem vindo a ceder e as rachas são cada vez mais visíveis. “Só espero que não esteja ninguém em casa quando isto cair”, desabafa. Para António José Bolina as rachas profundas que vão surgindo em todos os prédios são a prova de que o talude não está estável e que está a fazer pressão sobre os edifícios. Num documento enviado pelos serviços da câmara a Luísa Cunha, os responsáveis registam, na sequência de uma visita ao local em Novembro de 2005, a “existência de vários pontos com escorregamentos no talude”.No documento adiantam que “o talude apresenta sinais evidentes de que estes escorregamentos vão continuar com as próximas chuvadas tendo em conta as fendas existentes no terreno indicando a instabilidade da encosta”. No início deste ano a Câmara Municipal de Vila Franca efectuou algumas obras no local para “aliviar toda as cargas possíveis”, como referiu na altura o então vereador do urbanismo, João Luís Lopes. A intervenção passou ainda pela instalação de estruturas de encaminhamento das águas pluviais. Um trabalho que não deixou os moradores mais descansados e continuam a considerar a encosta “um perigo constante”, como refere Neusa Galharda. Luísa Cunha diz que os moradores querem que a autarquia cumpra a promessa de arrancar com os trabalhos quando viesse o tempo seco. No entanto, a resposta dada pelo novo vereador do urbanismo na última reunião de câmara deixou os residentes apreensivos. Alberto Mesquita admitiu que este é um “grande problema” que a autarquia tem para resolver, mas adiantou que representa um “investimento pesadíssimo”. Sem referir uma data para o início dos trabalhos, o vereador sustentou que “a câmara municipal tem que ir prioritando a intervenções de acordo com as capacidades financeiras”. Alberto Mesquita considerou ainda que a construção de duas vivendas previstas para a rua da Cumeira, na parte de cima do talude, “iria minimizar em muito o problema de eventual deslizamento de terras”.Uma opção que os moradores não aceitam, por considerarem que ao serem mexidas as terras ocorra um novo deslizamento. Medidas para o controledo trânsitoEntre as preocupações dos moradores está também o tráfego intenso a que assistem diariamente na rua 9 de Agosto. A via é utilizada por ligeiros e pesados como acesso à Auto-Estrada do norte (A1) sem que sejam respeitados limites de velocidade ou de carga. António José Bolina refere que dia e noite o trânsito não pára e acrescenta: “passa tudo! Até camiões em excesso de velocidade e com carga que não é permitida”. Os sinais de limite de velocidade e carga estão à entrada da rua, mas não são respeitados”. Para fazer abrandar os carros que utilizam a rua foram colocadas lombas. No entanto, os moradores referem que com as lombas aumentou a trepidação que está a provocar rachas nos prédios, sobretudo nas entradas.Os moradores dizem sentir-se inseguros, já que nem as passadeiras são respeitadas, e pretendem que sejam tomadas medidas “que resultem”. Na última reunião de câmara entregaram à autarquia vilafranquense um abaixo-assinado com 153 assinaturas onde reivindicam a colocação de um controlador de velocidade. Para Maria do Carmo esta é “a melhor opção” para garantir mais segurança aos moradores. O vereador Alberto Mesquita reconheceu que “a insegurança rodoviária é um facto” na via e defendeu que a solução passa por a rua ter só um sentido. O responsável adiantou que a autarquia vai estudar as soluções, que depois vai colocar à consideração dos moradores.
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