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Novos e velhos marcham por amor ao Forte

Novos e velhos marcham por amor ao Forte

Projecto envolve mais de 50 pessoas há vários meses

Na noite de sábado 10 de Junho, o Forte da Casa vai sair à rua para ver a marcha passar. Miúdos e graúdos vão espalhar alegria com os seus arcos e trajes coloridos. O tema é “Oliveiras e iluminação pública”.

É com uma expressão de orgulho estampada no rosto que Lucha Domingos se apresenta como “uma pioneira nas marchas” do Forte da Casa. O gosto pelas marchas, o “bairrismo”, trouxe-a de Alcântara, o bairro que a viu crescer. Daqui recorda os dias em que “ficava triste quando o meu pai não me deixava ir nas marchas”.Aos 59 anos, Lucha Domingos é o elemento mais velho dos 37 que compõem o grupo, mas é também um dos mais entusiastas. Do grupo fazem também parte o marido e a filha que com Lucha partilham o “bichinho” das marchas. Para Ana Paula Mota, a filha de 34 anos, participar nas marchas é “viciante”. “No ano passado não participei e estava tão triste! Sabia que o meu lugar era deste lado”, refere.Para os marchantes do Forte da Casa as marchas não se resumem à noite em que percorrem as ruas da vila. As noites passadas a trabalhar “até às quinhentas”, nos ensaios das coreografias ou na construção dos arcos, são o mais importante. O presidente da Comissão de Festas, Armando Pascoal, reforça esta ideia acrescentando que a preparação das marchas “envolve e ocupa novos e velhos durante quase um ano”. A poucos dias da actuação os esforços concentram-se agora nos acabamentos dos arcos. São seis em que as figuras centrais serão os padrões da vila e o Sagrado Coração de Jesus, padroeiro das festas. E mais não dizem, porque o segredo é a alma do negócio. Mas a confiar em Ema Ribeiro, marchante, a noite promete já que “os nossos arcos não ficam muito atrás dos lá de Lisboa!” Há um mês “montaram estaleiro” na Associação de Reformados, Idosos e Pensionistas do Forte da Casa onde todas as noites dão um bocadinho de si e ganham “grandes momentos de convívio”.Segredo para causarsurpresaO secretismo é a palavra de ordem entre os membros da organização sobre esta terceira edição das marchas do Forte da Casa. Dos trajes, feitos por Maria Gamito, sabe-se apenas que “estão lindíssimos”. Uma surpresa até para os marchantes, que depois da última prova, só os vão voltar a ver no dia da actuação. O mesmo acontece com o fato dos padrinhos. Carlos Almeida, e a esposa, foram os escolhidos pelo trabalho que tem vindo a realizar na freguesia no desenvolvimento cultural. Foi “com emoção” que Carlos Almeida aceitou o convite e agora a “curiosidade”, pelo fato e pela própria actuação, inunda-lhe o espírito.Quanto às coreografias, a cargo de Joseph Azevedo, Carla Figueiredo, marchante e membro da organização, diz somente que são “inovadoras e muito bonitas”. Para a pequena Anusca Ruas, de sete anos, foi “um bocadinho difícil aprender” as coreografias. Mas dois meses de ensaio tornaram-na numa marchante exímia. Já Vítor Cirino, de oito anos, diz que aprendeu tudo “rapidinho” e está cheio de vontade de mostrar as suas habilidades. Sobre o tema, “Oliveiras e iluminação pública”, sempre procurando não levantar muito o véu, Vítor Domingos adianta que é uma homenagem à vila. “Lembrar que o Forte da Casa foi um olival” e deixar “um recado para os autarcas”: é necessário preservar oliveiras na vila para que a sua memória não seja apagada.Os meses de trabalho e dedicação vão culminar na actuação de sábado, às 21 horas, a partir do largo do forte até ao largo da Igreja do Sagrado Coração de Jesus. Sara Cardoso
Novos e velhos marcham por amor ao Forte

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