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Falsa alergia leva vinte e quatro ao hospital

Falsa alergia leva vinte e quatro ao hospital

Escola do Entroncamento teve de fechar na tarde de sexta-feira devido às queixas

A explicação médica para o sucedido foi atribuída a factores de ansiedade e nervosismo. Os alunos queixavam-se de comichão no corpo, tonturas e de falta de ar.

Uma suposta crise alérgica, não confirmada pelas autoridades de saúde, conduziu sexta-feira aos hospitais de Torres Novas e Entroncamento 24 alunos da escola E. B. 2,3 Dr. Ruy de Andrade do Entroncamento. A maioria dos alunos queixava-se de comichão e picadas no corpo, mas houve também quem apresentasse sintomas de dores de cabeça, tonturas e falta de ar.Perto das 11h00 um grupo de alunos do 2º ciclo começou a queixar-se de irritação e comichão, apresentando alguma vermelhidão em determinadas zonas do corpo. No entanto, sem sinais aparentes de qualquer alergia, como explica a presidente do conselho executivo da escola E. B. 2,3 Dr. Ruy de Andrade.“Nós tentámos acalmá-los e associámos o problema ao calor que se fazia sentir. Mas a certa altura a situação descontrolou-se”, conta Irene Crispim.As queixas generalizaram-se e as crianças começaram a queixar-se em bloco dos mesmos sintomas. Às 12h30, começou a gerar-se um ambiente de pânico entre os alunos. Os órgãos directivos da escola foram obrigados a interromper as actividades lectivas durante toda a tarde.Sem conseguir controlar a situação, o conselho executivo da escola contactou o centro de saúde local, a protecção civil e a câmara municipal, no sentido de conseguir encontrar uma resposta para o sucedido.“O primeiro contacto que fizemos foi para a delegada de saúde, para que viesse à escola averiguar o que se estava a passar, mas foi-nos dito para chamarmos os bombeiros e enviarmos para o hospital as crianças mais aflitas”, diz a directora do conselho executivo.Contactados os bombeiros do Entroncamento, foram enviados para o local vinte homens, apoiados por nove viaturas (quatro ambulâncias de socorro e cinco ambulâncias de transporte), duas das quais deslocadas dos quartéis da Golegã e Constância.Os bombeiros fizeram o transporte de dezassete crianças para os hospitais de Torres Novas e Entroncamento, para onde seguiram mais sete alunos acompanhados pelos pais, que entretanto foram chamados à escola.“Temos a informação por parte dos dois hospitais, de que não foram encontradas causas concretas para o que aconteceu. A única explicação foi atribuída a factores de ansiedade e nervosismo”, diz Irene Crispim.Contactada por O MIRANTE, a pediatra Ermelinda Júlia, do serviço de urgência do Hospital de Torres Novas, garante que a maioria das crianças que deu entrada naquela unidade “não tinha literalmente nada, a não ser sintomas psicológicos”. Registaram-se apenas dois casos de lesões cutâneas a quem foi administrada medicação anti–alérgica, e outras duas situações de dificuldades respiratórias, tendo sido aplicado a essas crianças um aerosol com soro fisiológico. Recorde-se que recentemente registaram-se situações semelhantes em escolas de norte a sul do país, tendo na nossa região afectado os estabelecimentos de Chamusca e Santarém. Alergia à lagarta do pinheiro, nuns casos, e sugestão causada por um episódio da série televisiva “Morangos com Açúcar”, com cenas onde os personagens têm sintomas semelhantes, foram causas apontadas para o fenómeno.Carla Paixão
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