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Velocidade e destreza de mãos dadas

Carros de rolamentos reuniram praticantes em Abrantes
Carrinhos de rolamentos de todas as formas e feitios, conduzidos por jovens dos 10 aos 40 anos, “evoluíram” quarta-feira em Abrantes, descendo vertiginosamente do Alto de Santo António até ao meio da Avenida 25 de Abril, num espectáculo que empolgou e fez vibrar uma assistência que se manteve firme ao longo das três horas que durou a prova.O dia começou cedo para os praticantes e proprietários dos carrinhos de rolamentos, que na quarta-feira, dia 14 de Junho, “evoluíram”, na segunda edição do Grande Prémio de Abrantes de “Carrinhos de Rolamentos”, prova organizada pela Associação de estudantes da Escola Dr. Solano Abreu, com o apoio da Câmara Municipal de Abrantes.Às 14h00, uma hora antes do início da prova, a azáfama era grande, os participantes davam os últimos retoques nos carros, todos improvisados por eles próprios. Quatro pedaços de madeira cruzados, e dois pares de rolamentos soldados a um ferro, era o carro mais simples, não havendo grandes originalidades. Pouco antes da partida surgiu aquele que mais tarde viria a ser considerado o carro mais original, uma banheira, onde Hugo Nascimento e José Torres, colocaram uns rolamentos e improvisaram uma direcção, que desde logo despertou a admiração da assistência. A partir das 15h00, já com os grupos decididos, foi dada a partida para os primeiros quatro concorrentes, que saíram em vertiginosa velocidade pela íngreme rampa abaixo. Alguns deles ficaram logo enfaixados nos fardos de palha que protegiam a primeira curva do percurso, mas rapidamente se desenvencilharam e voltavam à corrida.O carrão mais original, a banheira, teve uma participação curta na prova, na segunda descida, o navegador José Torres deu instruções incorrectas ao piloto, Hugo nascimento, e deu-se o despiste, o carro foi para a barreira e a direcção e as rodas traseiras não aguentaram o embate e partiram-se.“Tivemos que abandonar, temos muita coisa que melhorar no carro, a direcção e os eixos rígidos têm que ser alterados, mas o que nos faltou também foi a cerveja, e por isso o navegador me deu instruções erradas e fomos à valeta, e aí ficámos”, dizia com graça Hugo Nascimento.Mas para os restantes concorrentes, a parte mais difícil não era a descida. Era mais a subida a puxar o carro. “É pá já não posso mais, já subi a ladeira cinco vezes e não sinto as pernas, parece que vou mas é ficar pelo caminho”, dizia Pedro Silva, que curiosamente foi eliminado na descida seguinte.Os concorrentes iam sendo eliminados de duas em duas descidas, e quando começaram a ficar em prova os melhores, as coisas começaram a aquecer, e colocados em pontos chave do percurso, havia treinadores e adeptos de cada um dos pilotos que não se cansavam de dar instruções. Instruções que muitas vezes só davam mau resultado, e não foi raro ver algum mais distraído a ouvir o que lhe queriam dizer e a bater no passeio e dar cambalhotas no asfalto.Hugo Pereira, com um carro muito simples, acabou por ser o vencedor, e no final garantia que tinha vindo apenas para conviver com os amigos. “A vitória veio por acréscimo, o ano passado estive presente e não fiz nada de jeito. Este ano, fiz uma revisão geral ao carro, e com a ajuda de um amigo, conseguimos arranjar uns rolamentos maiores e assim, com uma corrida perfeita nesta última descida consegui vencer”.Paulo Costa, que correu sempre acompanhado do seu filho, João Costa, era o concorrente mais velho. Tem 40 anos, dominou sempre os grupos nas descidas de apuramento e claudicou apenas na última descida. “Bati nos fardos na segunda curva, e depois não foi fácil voltar à corrida, a força já não era muita, mas consegui o segundo lugar que já foi muito bom”, garantiu.O piloto mais velho em prova garantiu que é um apaixonado pelas motos e pelos carrinhos de rolamentos. “Desde criança que ando de carrinho de rolamentos e por isso não podia faltar a esta prova”, referiu.Paulo Costa disse ser mais fácil fazer um carro do que arranjar espaços para treinar. Garantiu que não gastou dinheiro para ali estar a concorrer. “Arranjei os rolamentos numa oficina de um amigo, o banco e o volante também foram emprestados, é uma modalidade bem acessível, não gastei um tostão com isto”, referiu.Antes da entrega dos prémios, João Bica membro da organização, garantia que a prova tinha sido mais uma vez um êxito. “Tudo correu bem, tivemos um bom número de concorrentes, e muita gente a assistir, é uma prova para continuar nesta altura da festa”, garantiu.No final Hugo Nascimento e José Torres, receberam o prémio de carro mais original, a banheira. Hugo Pereira foi o primeiro, Paulo Costa e João Costa, segundos e Cláudio Pancadas foi terceiro, recebendo os respectivos prémios.

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