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Freguesias rurais votadas ao esquecimento

CDU acusa Câmara de Torres Novas de não investir nas aldeias
A Câmara Municipal de Torres Novas tem votado ao esquecimento as freguesias rurais, que aguardam pacientemente os apoios da autarquia para ver concretizados projectos que estão na gaveta há vários anos. Foi esta a mensagem deixada pela Comissão Coordenadora da CDU, numa conferência de imprensa realizada a 14 de Junho onde foram apresentadas várias propostas de alteração dos critérios de relacionamento entre a câmara e as juntas de freguesia.Numa altura em que a sede de concelho cresce a olhos vistos, com a autarquia a investir “muitos milhões de euros na cidade, as aldeias vão-se arrastando penosamente à espera de uma pazada de alcatrão ou de um subsídio para concertar uma escola ou acabar uma obra”, defende a CDU.Carlos Tomé, vereador da coligação no executivo camarário, garante que “esta política que coloca as juntas de freguesia num papel secundário acaba por condicionar fortemente a capacidade de realização dos presidentes de junta” e prejudicar o desenvolvimento das zonas rurais. O que provoca um maior “fosso entre as aldeias e a cidade”. A título de exemplo é apontado o caso da “escandalosa e grave situação ao nível do saneamento básico”. Segundo Carlos Tomé, cerca de 14 mil pessoas não têm rede de saneamento básico completa.Durante a conferência de imprensa foi também referido que os protocolos estabelecidos entre a câmara e as juntas de freguesia são quebrados pela autarquia, que tarda em cumprir os prazos de atribuição de subsídios “deixando muitas vezes os autarcas das freguesias com as calças nas mãos”.“Em Dezembro de 2004 a câmara devia às juntas 115.620 euros, mas em Dezembro de 2005 já devia 233.919 euros, e em Março do presente ano devia 189.448 euros”, pode ler-se no comunicado entregue aos jornalistas. As acusações não se ficam pelo descrédito que a Câmara de Torres Novas atribui às juntas de freguesia. A CDU garante que a situação é idêntica quando se aborda a questão das colectividades: “Também aqui a câmara tem um papel meramente passivo, alheando-se dos seus problemas, limitando-se a atribuir um mero subsídio que só é pago, na maior parte das vezes, alguns anos depois”.É por tudo isto que a CDU defende que seja adoptada uma postura diferente da câmara perante as juntas de freguesia. “A toda a acção autárquica deve presidir a ideia de descentralização de mais meios e competências da câmara para as juntas e de dignificação para o seu estatuto”.Situação que actualmente não acontece, já que “as juntas não têm competências, nem meios humanos, materiais ou financeiros suficientes para realizar obra que se veja. Estão completamente dependentes da câmara na maioria dos casos”, sustenta a CDU.O MIRANTE contactou a Câmara de Torres Novas no sentido de obter um comentário a estas acusações por parte do presidente da autarquia, António Rodrigues (PS). Mais uma vez o autarca optou por não falar ao nosso jornal.Carla Paixão

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