Quais são os momentos mais positivos da sua carreira?Sem dúvida que os anos que passei no Campomaiorense, disputando a Super Liga e a chagada à final da Taça de Portugal. Mas destaco também os muitos momentos bons vividos em Abrantes, com as subidas à terceira divisão nacional e depois à segunda divisão.E os mais negativos?Há dois momentos muito negativos na minha carreira. O primeiro foi o ano da descida do Torres Novas, da segunda divisão B à terceira divisão, porque foi uma descida de todo inesperada. E o pior de todos foi a saída este ano do Abrantes, com subsídios em atraso e com uma grande incompreensão da direcção. Sinto que eu e outros companheiros que saíram do Abrantes mereciam ser tratados de outra maneira.Se pudesse vivia apenas do futebol?Há pois vivia! Jogar futebol é o que mais gosto de fazer e por isso gostava de ser profissional. Mas isso já não é possível.Lembra-se de algum golo mais caricato que tenha sofrido?Sim. Foi num jogo em Alpiarça, jogava então no Abrantes na primeira divisão distrital. Faltavam cinco jogos para o fim do Campeonato e nunca tínhamos perdido. Num remate fraco de fora da área fui com confiança para a bola, escorreguei e não consegui chegar-lhe e ela acabou por entrar muito devagar na baliza. Foi um grande frango.Se não fosse guarda-redes tinha jeito para jogar noutra posição?Sim, a ponta de lança. Na Bélgica cheguei a jogar nos dois lugares. Estava na baliza e algumas vezes perto do fim o treinador mandava-me trocar de camisola com um jogador de campo, e cheguei a marcar alguns golos decisivos.Quando deixar de jogar quer ficar ligado ao futebol?Gostava de ficar como treinador de guarda-redes.Pensa jogar até que idade?Não sabemos o dia de amanhã, mas enquanto me sentir bem vou continuar pelo menos por mais quatro ou cinco anos. Depois logo se vê.