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O que um leigo vê numa tourada

Aprestava-me para entrar pela primeira vez na Praça de Touros Palha Blanco, em Vila Franca de Xira, quando um grupo de “almirantes” de ambos os sexos me despertou a atenção. Os músicos da banda do Ateneu Artístico Vilafranquense que iriam abrilhantar a tarde não passam despercebidos naquelas imaculadas fardas brancas marciais. Tivessem armas no lugar de instrumentos e poderíamos dizer que estávamos a caminho de uma parada militar. Para um leigo na matéria como eu, o fascínio pela festa brava prende-se mais com a “fauna” que gira em torno desse mundo, com o colorido dos cartazes e com os carros de som que prometem “seis magníficos touros”, do que propriamente com os actores que no palco arenoso deambulam em busca da sorte.Não tenho particular prazer em ver um animal a sofrer, seja touro, cavalo ou homem. Só uma vez paguei bilhete para assistir a uma tourada. Para ver como era. Para não morrer estúpido, como vulgarmente se diz. Mas confesso que já me agradam as discussões recheadas de termos que remetem para uma espécie de dialecto hermético só ao alcance dos predestinados. As mulheres bonitas que se sentam nas praças apreciando a virilidade máscula de toureiros e forcados. Os trajes trabalhados dos actores. As cortesias. Haverá lugar mais cheio de salamaleques que uma praça de touros em dia de tourada?Da tourada de O MIRANTE em Vila Franca não posso dizer se os touros eram mansos ou bravos. Se os cavaleiros e toureiros cumpriram bem as suas lides. Isso fica para os entendidos. Embora me tenha parecido que aqueles touros andavam pelo menos um pouco desanimados (estariam a adivinhar alguma coisa?). E que os forcados os tinham no sítio.Da tourada de domingo na Praça Palha Blanco posso apenas dizer que gostei de ver o Ribatejo vivo nos seus símbolos e tradições. João Calhaz

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