As pessoas têm mais cuidado com a saúde? Tem havido nos últimos anos uma mudança de mentalidade mas ainda há muito caminho a percorrer. Muitos alertas a fazer. Muitas acções de sensibilização a lançar. Ainda há demasiados casos de excesso de peso, hipertensão arterial, diabetes, colesterol elevado, problemas que muitas vezes se resolvem com uma simples mudança de hábitos alimentares e algum exercício moderado. A sensibilização passa pelos médicos? Os médicos têm um papel importante mas é uma questão que não depende exclusivamente deles. Os meios de comunicação social são os maiores e melhores influenciadores das “massas”. As pessoas dão muito mais atenção àquilo que vêem e ouvem na televisão e ao que lêem nos jornais e revistas. Porque é que decidiram investir numa Clínica privada? É mais rentável?A Dr.ª Luz Pitta e eu decidimos abrir um clínica própria porque trabalhávamos ambos nesta área, embora separadamente. Em conversa surgiu a ideia de trabalharmos juntos e decidimos abrirmos um espaço agradável onde pudéssemos trabalhar com todas as condições. Não investimos numa clínica privada a pensar no dinheiro que poderíamos ganhar mas sim no apoio e auxílio que podemos dar aos nossos utentes.Há uma tentação de associar privado a lucro. Na maior parte das vezes é uma associação sem fundamento. Qualquer bom médico, esteja a trabalhar no sector público ou no privado, realiza-se pessoal e profissionalmente através da ajuda prestada aos outros e não do dinheiro que ganha. É óbvio que tem que ter rendimentos para poder viver mas o lucro não é a maior motivação.Que balanço faz destes primeiros meses de funcionamento da Clínica do Coração?O balanço é extremamente positivo. As pessoas estão a aderir bastante bem à nossa clínica. Ela foi totalmente adaptada porque quisemos fazer um consultório médico acolhedor e confortável, com todas as condições, onde as pessoas se sintam bem. Sinceramente, acho que conseguimos.Têm tido uma boa afluência de pacientes à Clínica?Sim. Há semanas mais ocupadas que outras mas isso é normal. Trabalhamos com utentes a nível particular mas também trabalhamos com entidades que têm convénios connosco. Pelo que ouvimos e pela forma como os utentes nos abordam penso que estejam satisfeitos com o nosso trabalho.Quais as perspectivas de crescimento da Clínica do Coração?Para nós o mais importante é a qualidade do serviço prestado. É para isso que trabalhamos. Para sermos capazes de responder da melhor forma aos problemas de quem nos procura. Como é que as pessoas têm conhecimento da Clínica do Coração?Na maior parte das vezes as pessoas procuram-nos por indicação de familiares ou amigos que aqui foram atendidos. Nas cidades mais pequenas as pessoas valorizam muito o contacto pessoal ao contrário do que se passa nas grandes cidades onde a publicidade tem mais importância. Se não tivesse conseguido seguir a carreira de médico o que gostaria de ter sido? Sinceramente não sei. Nunca pensei nisso. Na altura do secundário fiz os testes psicotécnicos e a medicina não aparecia como vocação. Apesar disso, decidi seguir esta carreira porque sempre foi o que quis fazer e hoje posso dizer que fiz bem em ignorar os resultados dos testes. Faço aquilo que realmente gosto de fazer e sinto-me realizado.