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Trabalhadores da Opel não desistem

Trabalhadores da Opel não desistem

Autarcas juntam-se a 1200 manifestantes em Lisboa

Os trabalhadores da Opel de Azambuja não atiram a toalha ao chão e preparam nova greve contra o encerramento da unidade. Na quinta-feira contaram com a solidariedade dos autarcas da região.

A comissão de trabalhadores da Opel da Azambuja admitiu a possibilidade de realizar uma nova greve contra o encerramento da fábrica pela General Motors (GM), previsto para Outubro.O porta-voz da comissão, Paulo Vicente, disse que num plenário marcado para 10 de Julho será proposta a forma de luta “mais útil para defender os trabalhadores”, não afastando a possibilidade de greve.Paulo Vicente avançou com a novidade durante uma concentração de cerca de 1.200 trabalhadores da Opel, junto à residência oficial do Primeiro-ministro, na quinta-feira, 29 de Junho. Uma manifestação que contou com a presença de vários presidentes de câmara e vereadores da região.O representante dos trabalhadores não atira a toalha ao chão e garante que ainda há esperança. “Enquanto surgirem propostas, como a dos trabalhadores da AutoEuropa de que parte da Opel Combo possa ser produzida nas prensas da fábrica de Palmela, poderão reunir-se as condições para que haja solução para a viabilidade da Azambuja”, disse.Na quinta-feira, os trabalhadores foram recebidos por um assessor de José Sócrates. “A única indicação que tivemos foi que o primeiro- ministro está a acompanhar o processo através do ministro da Economia”, afirmou o representante dos trabalhadores.Sobre o possível encerramento da unidade da GM em Portugal, Paulo Vicente disse que “a GM, enquanto empresa multinacional a nível global, não é o tipo de empresa que, de um momento para o outro, chegue aqui, leve o material, sem haver qualquer tipo de negociação ou de entendimento entre os trabalhadores e a direcção”.O líder do Bloco de Esquerda (BE), Francisco Louçã, associou-se à concentração de trabalhadores e afirmou que “o Governo tem baixado os braços, tem dito que negoceia, mas [o Governo] não é um negociador”.O dirigente do Bloco lembrou que “esta empresa assinou um contrato com Portugal, recebeu vantagens desse ponto de vista e fez um contrato com os trabalhadores que implica que a empresa produz até 2009”.Para Francisco Louçã, “o encerramento não é inevitável e se o Governo aceitar o desemprego e o despedimento como inevitável está a cometer um gravíssimo erro”.Também o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, compareceu no protesto dos trabalhadores da Opel e disse que a GM “está a usar esta arma de chantagem de deslocalização com consequências dramáticas para o nosso país”.“Basta pensar que a Opel é uma empresa que para além das consequências sociais, corresponde a 0,6 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) que, no quadro de uma economia praticamente estagnada constituiria mais um golpe” para Portugal.Para o secretário-geral da CGTP, Carvalho da Silva, igualmente presente na concentração “uma das causas complicadas que leva a esta situação situa-se na persistência do nosso país numa matriz de desenvolvimento que não dá atenção ao sector produtivo e não aposta no investimento”.A fábrica da Azambuja registou em 2005 uma produção recorde de 73.711 unidades, dos quais 65 por cento de Combo Van (comerciais ligeiros) e 35 por cento Combo Tour (ligeiros de passageiros).Em funcionamento desde 1963, a fábrica da Azambuja recebeu investimentos de 130 milhões de euros entre 1999 e 2001 para capacitar a unidade para a produção do modelo ligeiro comercial Combo.LUSA/O MIRANTE
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