A guerra política entre o presidente da Câmara da Golegã, Veiga Maltez (PS), e o seu ex-vereador Vítor Guia, agora presidente da Junta de Freguesia da Azinhaga, teve mais um episódio na sessão da assembleia municipal de 30 de Junho. Tudo porque a câmara colocou uma placa no jardim da Azinhaga, em que o classifica como “Jardim Municipal da Azinhaga”. Um título de que o presidente da junta, eleito por uma lista independente, não gostou. Vítor Guia garantiu que a junta de freguesia está revoltada com o facto da câmara ter colocado aquela placa, porque segundo ele o jardim não é da câmara, é da junta. “Foi construído pela junta e em terreno da junta, é um jardim da freguesia da Azinhaga e não tinham nada que colocar ali aquela placa”.Veiga Maltez, visivelmente exaltado, garantiu que mais uma vez Vítor Guia estava a usar situações sem qualquer significado para criar factos e tentar esconder o trabalho efectuado pela câmara. “Efectuámos obras de beneficiação no jardim, que é efectivamente o cartão de visitas da Azinhaga. Investimos 25 mil euros na colocação de iluminação e rega automática e o presidente da junta valoriza apenas a palavra municipal colocada na placa. É uma vergonha”, referiu o presidente da Câmara da Golegã.Para que não restassem dúvidas, Veiga Maltez fez questão de mostrar um parecer, elaborado pelo gabinete jurídico da câmara, onde se garante que o espaço é efectivamente municipal e que a câmara pode agir criminalmente contra quem vandalizar ou retirar a placa. “Perante estes factos e depois de enviado este parecer para a Junta de Freguesia da Azinhaga, pensei que isso tivesse chegado para que se deixasse de fazer daquilo guerra de arremesso”, afirmou Veiga Maltez.Vítor Guia voltou a usar da palavra para pôr mais lenha na fogueira: “O presidente está mais uma vez a mentir. O parecer jurídico não foi enviado para a junta, foi dado aos eleitos do PS na assembleia de freguesia. Nós não temos conhecimento de coisa nenhuma e voltamos a afirmar que o jardim não é municipal, é da junta de freguesia”.O presidente da câmara acusou Vítor Guia de agir de má fé e garantiu que, para o seu executivo, o jardim da Azinhaga e todos os outros do concelho, são de toda a população do concelho e das pessoas que o visitam. “Lamento que a junta não tenha tido uma palavra de louvor para o trabalho que a câmara ali fez. É no mínimo uma indelicadeza para com todo o concelho que se venha para esta assembleia discutir apenas o acessório, desvalorizando o essencial, que foi a obra que ali se fez”, disse com azedume.Vítor Guia ainda voltou a pedir a palavra, mas o presidente da assembleia, Luís Filipe Vaz Godinho, não o autorizou a falar, porque o seu tempo de intervenção já se tinha esgotado.