A divulgação dos vinhos do Cartaxo e dos vinhos do Ribatejo não pode resumir-se ao que tem sido feito pelo presidente da câmara do Cartaxo, Paulo Caldas e pelo Governador-civil do distrito de Santarém, Paulo Fonseca. Aliás, o facto de as únicas iniciativas com alguma visibilidade partirem quase exclusivamente dos dois significa que há quem não esteja a fazer tudo o que deveria fazer. É o caso da grande maioria dos produtores; da Comissão vitivinícola regional e da Região de Turismo do Ribatejo (pelo menos essa já que incorpora a designação Ribatejo no nome), se ela alguma vez tivesse “existido”.Os Paulos (Caldas e Fonseca) da política bem podem beber uns copos e fazer uns brindes publicamente que isso pouco ou nada altera. Primeiro porque a visibilidade que têm se resume ao Ribatejo e o interesse seria dar a conhecer os vinhos da região noutras latitudes e em segundo lugar porque a maior parte dos vinhos não tem qualidade para ombrear com os melhores do mercado ou dos mercados, se considerarmos que o mercado nacional está saturado.Aqui há tempos, numa entrevista a O MIRANTE, o Presidente da Comissão Vitivinícola Regional do Ribatejo, Pedro Castro Rego, explicou o processo da certificação dos vinhos ribatejanos. O MIRANTE realçou o facto de poucos vinhos terem qualidade para ser certificados e houve logo reacções que obrigaram o entrevistado a vir dizer que os vinhos tinham muita qualidade. Meus senhores, convençam-se de uma coisa. A maior parte do vinho que se produz na região não tem qualidade acima da média e a mediania nunca deu nada a ninguém. E para além da qualidade há muitos outros aspectos a ter em conta. Olhem à volta e vejam o que se está a passar. O mercado nacional cresceu 2 por cento o ano passado e não vai crescer muito mais. Se já era difícil vencer em Portugal imaginem o que há a fazer para vencer no estrangeiro. E tenham em atenção que o Governo já deu mostras de querer mexer nas regiões demarcadas. Ou seja corremos o risco de ser deitado para o lixo tudo o que tem sido feito até agora para afirmar uma marca Ribatejo.Aníbal Márcia