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Bendita procissão!

Meio milhar de pessoas participam no cortejo religioso em Porto Alto

Emoção e devoção cruzaram-se na procissão em honra de Nossa Senhora de Guadalupe. Meio milhar de fiéis participou na procissão no Porto Alto. A eucaristia foi retomada no domingo, sete anos depois do último cortejo.

Fim de tarde de domingo em Porto Alto. Um homem faz o sinal da cruz e depois curva-se perante a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe. O casaco azul de cerimónia é um sinal de respeito. O silêncio profundo e o terço que leva na mão são sinais de devoção. Joaquim Santos, 72 anos, trabalhador rural, não encontra palavras para descrever o que sente no momento em que acompanha o cortejo. “Converso com a virgem Maria e sinto que ela escuta as minhas preces”, confessa ao repórter de O MIRANTE. A cadência da procissão é marcada pela fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Samora Correia. A banda da Sociedade Filarmónica União Samorense (SFUS) encerra o cortejo. Sete anos depois da última procissão, há sinais de saudade, ansiedade, emoção e orgulho entre os organizadores e os peregrinos.Um grupo de mulheres aproveita uma sombra e não se cansa de olhar. “Já lá vem Maria, já vejo a fanfarra”, afirma uma das amigas. As quatro imagens (Guadalupe, Fátima, São José e Santo António), estão ladeadas por mais de cinco centenas de pessoas. A maioria gostava de ir perto de Nossa Senhora de Guadalupe, a padroeira da festa, mas não é possível. A imagem é transportada aos ombros de campinos trajados a rigor. As organizadoras da festa acompanham a imagem. Ao lado do andor de Nossa Senhora de Fátima, há quem pague outras promessas feitas em momento de aflição. “Estive muito doente e Nossa Senhora ajudou-me muito. Quero ir perto dela”, confessa Rosa Antunes. A procissão no Porto Alto é a sequência de uma eucaristia que marca o início de um novo ciclo da vida religiosa de Porto Alto. O Padre Joaquim Pinheiro não aborda o passado e salienta a importância da oportunidade de estar com Jesus Cristo e com Maria, exemplo e modelo de mãe, mulher e discípula. “Alguém com quem podemos aprender”, diz. O sacerdote considera que o lado religioso da festa contribui para “uma comunidade mais viva e responsável”.O cortejo termina em ambiente solene com a fanfarra em sentido e a banda da Sociedade Filarmónica União Samorense (SFUS) a interpretar “transfiguração”, uma marcha religiosa preparada para o efeito. As imagens recolhem à capela debaixo de fortes aplausos. Nos olhos dos organizadores da festa, há sinais de alegria. “Foi a nossa melhor conquista”, refere Carlos Falua, partilhando a alegria com António Ribeiro e outros elementos da organização das festas. Os mais devotos acompanham a imagem até ao fim e, já dentro da capela, despedem-se com respeito.“Foi uma procissão muito bonita. Sinto-me muito bem”, refere Maria dos Anjos. Nelson Silva Lopes

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