Socialistas de Alpiarça são poucos e estão divididos
Concelhia gerida por uma comissão administrativa por falta de militantes para formar duas listas
As eleições para a concelhia mostraram que existem militantes descontentes e que o partido está esvaziado de elementos, que nem chegam para formar duas listas.
O PS de Alpiarça está a ser gerido por uma comissão administrativa encabeçada pelo presidente da câmara, Joaquim Rosa do Céu, depois de uma crise gerada com as eleições para a concelhia. Dois militantes perfilaram-se para concorrer à liderança mas não havia elementos suficientes para formar duas listas. Estavam filiadas 39 pessoas quando cada lista tem que conter 21 elementos. A situação acontece numa altura em que o partido está dividido e aparecem alguns dissidentes. A deputada à Assembleia da República Sónia Sanfona apresentou uma lista, segundo conta, completa onde se incluía o ex-presidente da junta de freguesia, António Moreira. Que se incompatibilizou com a vereadora socialista Vanda Nunes e com a presidente da assembleia municipal, Vera Noronha. O que o levou a pedir a demissão do cargo de presidente da concelhia em Setembro e a recusar encabeçar a lista para a junta de freguesia nas autárquicas do ano passado. Segundo Sónia Sanfona, alguns dos elementos que a apoiavam, ao saberem que havia outra lista para a concelhia encabeçada por Pedro Gaspar e que incluía o presidente do município, Rosa do Céu, pediram para que os seus nomes fossem retirados. “O que disseram foi que não queriam integrar a lista para não estarem contra os outros”, explicou. Pedro Gaspar tem outra visão dos acontecimentos. “Nos últimos anos tem concorrido apenas uma lista de consenso às eleições na concelhia”, considerando que desta vez as pessoas pensavam que estava a acontecer o mesmo. No meio desta crise estão cisões e divergências na estrutura interna do partido em Alpiarça. Situação que é admitida por Pedro Gaspar. “Há uma lista que defende o executivo socialista na câmara e há outro movimento fraccionário que tem uma linha oposta”, disse a O MIRANTE. O movimento “Alpiarça é a Razão”, formado por socialistas e pessoas sem filiação partidária, também é apontado como factor de divisão. “O movimento cívico que apoia as candidaturas do PS às eleições autárquicas confunde-se com o próprio Partido Socialista e não devia”, observa Sónia Sanfona. Pedro Gaspar prefere atribuir culpas ao facto de nos últimos anos António Moreira não ter conseguido mobilizar novos militantes. E assegura que entretanto já conseguiu 25 pessoas para a concelhia de forma a viabilizar as eleições. O ex-presidente da concelhia, António Moreira, considera que “se houvesse vontade de toda a gente havia condições para ter uma concelhia forte”, salientando que o PS Alpiarça nem sequer tinha sede. Recorde-se que em Alpiarça já chegaram a existir cerca de 60 militantes socialistas. Mas numa refiliação feita pelo partido, algumas pessoas não renovaram a sua inscrição.Por causa desta situação o acto eleitoral para a concelhia foi adiado para Janeiro de 2007, esperando-se que até lá se consiga reforçar o número de militantes.
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