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Os perigos da canoagem nos rios da região

Os perigos da canoagem nos rios da região

Tejo e Zêzere não são considerados rios perigosos mas são precisos alguns cuidados

A morte de um jovem num passeio de canoa no Tejo, em Abrantes, veio relançar a discussão em torno da segurança deste tipo de actividades. Especialistas contactados por O MIRANTE garantem que os rios não são perigosos mas é preciso alguns cuidados. Cumprir as normas de segurança e ir acompanhado por monitores credenciados são alguns deles.

Andar de canoa nos dois maiores rios da região – Tejo e Zêzere – não é uma actividade perigosa mas é preciso respeitar o rio, cumprir sempre as normas de segurança e estar acompanhado de alguém que conheça o percurso e que saiba como reagir perante alguma situação inesperada.É pelo menos esta a garantia dada por alguns especialistas em canoagem consultados pelo nosso jornal, que ainda assim lançam alguns avisos à forma por vezes descuidada como a canoagem de turismo e lazer é vista pelas empresas que organizam as descidas e pelos próprios praticantes.“Globalmente podemos dizer até que é bastante seguro fazer canoagem nesta zona. Basta olharmos para o que as seguradoras cobram por um seguro ligado à canoagem, e que é quase irrisório, para percebermos isso”, refere João Correia, director de competições da Associação de Canoagem do Distrito de Santarém (ACDS).Para este elemento, também ligado ao Clube Náutico Barquinhense, de Vila Nova da Barquinha, situações como a que ocorreram recentemente em Abrantes e que levaram à morte de um jovem canoista só podem ter acontecido porque houve normas de segurança que não foram cumpridas.Peremptório, João Correia afirma que o açude não deve ser atravessado por canoístas sem experiência. Uma opinião partilhada pelo responsável pela secção de canoagem do Clube Desportivo “Os Patos”, com sede em Rossio ao Sul do Tejo, Abrantes, a poucos metros do local. João Laia revela que há vários meses deu indicações para que os canoistas do clube não se aproximem do local, estabelecendo como limite a chegada até à zona da ponte.A partir dai é para seguir com a canoa em terra. “Nós fizemos força e a câmara foi sensível e colocou um morro de terra para as pessoas passarem por cima. Não é desprestígio para ninguém sair da canoa e atravessar a pé”, afirma, garantindo que ele próprio, que já faz canoagem há 19 anos e até já fez provas de águas bravas, não passa pelo açude.Com a vasta experiência possuem, ambos os canoístas são unânimes em identificar algumas zonas mais perigosas nos rios da região. No Zêzere, o mais frequentado, o perigo vem sobretudo de alguns rápidos em curva. São aparentemente simples mas podem mandar canoas e utilizadores para baixo dos salgueiros, além de troncos escondidos debaixo de água, situação que também acontece, embora com menos frequência, no Tejo.A questão da qualificação dos monitores que orientam os canoistas menos experientes é que outras das situações que deveria ser vista com maior atenção. “Quem vem fazer uma actividade de canoagem não se devia preocupar apenas em marcar a descida. Devia procurar saber se a empresa está legal, se cumpre todos os requisitos que a lei obriga, se tem seguros, quantos são e qual é a qualificação dos monitores que vão acompanhar a descida. Mas quem vem para o rio não tem esse cuidado e preocupa-se apenas em saber se é caro ou é barato”, alerta João Correia.Para justificar as suas preocupações quanto à qualidade dos monitores, o responsável da ANDS revela que num curso da Federação Portuguesa de Canoagem promovido na Barquinha, houve alguns que nem sequer conseguiram preencher os requisitos mínimos exigidos. A questão de quem certifica a qualidade dos monitores não é pacífica mas no entender da associação, só a federação poderá desempenhar esse papel.Pelo conhecimento que tem da maior parte das empresas da região que operam neste sector de turismo aventura, o director de competições da Associação de Canoagem do Distrito de Santarém considera que nem todas estão prepararas para este tipo de actividades.Embora não haja consenso nem legislação nesta matéria, João Correia considera que no mínimo cada descida devia ser acompanhada por dois monitores, um à frente e outro atrás. Partindo desta base, deveria existir um monitor por cada dez participantes. “Sei que não é fácil, até porque isto encarece as descidas, mas trata-se da segurança das pessoas”, adverte.Nos últimos tempos Constância tornou-se num grande pólo da canoagem de lazer. Aos fins de semana são por vezes centenas os canoístas que percorrem os cerca de sete quilómetros entre a barragem de Castelo do Bode e a zona ribeirinha de Constância. O Tejo também tem adeptos mas em menor número.Outro dos locais onde se faz canoagem de lazer na região é o rio Nabão. Aí no entanto as condições são outras e a descida recomenda-se apenas a quem já tenha experiência de canoagem devido aos muitos rápidos e outras dificuldades.
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