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Moradores dos Caniços desesperam

Moradores dos Caniços desesperam

Câmara de Vila Franca não consegue convencer proprietários a trocar de lotes

Ainda não há acordo com os proprietários dos lotes para impedir a construção de cinco prédios no bairro dos Caniços, na Póvoa de Santa Iria. Os moradores estão cansados de esperar.

Os moradores do bairro dos Caniços, na Póvoa de Santa Iria, estão cansados de esperar e admitem vir a tomar outras medidas caso a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira não apresente uma solução em Setembro. Os munícipes aguardam há dois meses por uma reunião com a autarquia.“Percebemos que é época de férias, mas queremos que isto seja resolvido em Setembro. Estamos cansados de esperar e de ouvir falsas promessas”, disse a O MIRANTE Isabel Bernardo, uma das moradoras. Em causa estão as construções em cinco lotes de terreno em frente das casas existentes. Se os prédios avançarem os moradores alegam que ficam sem vista par o rio e sem sol. Quando Isabel Bernardo comprou a sua casa foi mencionado na escritura que naquele local iria passar uma variante.Os moradores dizem que pagaram mais pela localização e pelos privilégios que agora estão comprometidos e defendem que o espaço deve ser aproveitado para construir uma zona verde e equipamentos públicos que não existem na zona.Segundo Isabel Bernardo, na última reunião, a presidente da câmara prometeu aos moradores que não haveria construções no local e assinou uma acta onde passou o compromisso a escrito. Os moradores exigem o cumprimento da promessa.NEGOCIAÇÕES COMPLICADASMas os proprietários dos lotes também têm direitos adquiridos com as licenças de construção que viabilizam os prédios e não parecem disponíveis a ceder. As negociações com a câmara ainda não viabilizaram o acordo.Na última reunião pública da câmara, Maria da Luz Rosinha informou que está a ter dificuldades na negociação com os proprietários dos lotes. A câmara propôs a troca dos lotes com outros noutro local, mas os proprietários ainda não aceitaram as propostas e as negociações “estão complicadas”.“Isto não é fácil, a câmara está a esforçar-se para resolver a situação”, disse Maria da Luz Rosinha dirigindo-se a Isabel Bernardo.Recorde-se que a última acção de protesto dos moradores foi no dia 3 de Junho. A iniciativa surgiu no seguimento de um encontro com a edil no dia 30 de Maio, onde a presidente da câmara apresentou uma solução alternativa para a construção de dois prédios. Este projecto, ao contrário do anterior, permite a vista sobre o Tejo aos prédios já existentes. Os moradores continuam, no entanto, a rejeitar qualquer construção, relembrando que pagaram 2 500 euros pela vista sobre o rio.“Nós não queremos mais prédios, preferimos o que está previsto no Plano Director Municipal que é uma variante. Se houver alteração que não seja para construir mais prédios”, defendeu Álvaro Vieira, um dos moradores. Maria José Neves classifica de “prepotente” a intenção da autarquia de permitir a construção, depois de ter prometido que nada iria ser edificado no local. A moradora adianta que um dos prédios apresentados no novo projecto iria impedir a passagem do sol para o seu apartamento. Na reunião com os moradores a presidente propôs a construção de dois prédios perpendicularmente aos que já existem. No espaço central seria construído um parque infantil, um ringue e uma zona de estar, prometidos há muito pela câmara. Uma opção que autarca e moradores concluíram não ser viável, depois de visita ao local. Nelson Silva Lopes
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