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Um “ribatejano” nascido na Beira Baixa

Jorge Fernandes Miguel, 57 anos, uma vida dedicada ao atletismo. Natural de Bogas de Cima, no concelho do Fundão, faz parte de uma família de sete irmãos que há quase meio século deixou a Beira Baixa para se fixar no Ribatejo.O pai, mineiro nas minas da Panasqueira durante longos anos, contraiu silicose, uma doença de que muitos mineiros viriam a padecer. A doença fê-lo aceitar o convite de um familiar e trazer a família toda para Marmeleira (Rio Maior), onde comprou uma pequena quinta e se fixou até aos últimos dias de vida.Foi lá que o pequeno Jorge, então com dez anos, completou a quarta classe. Na altura já trabalhava com os irmãos na agricultura e assim se manteve até ser chamado a cumprir o serviço militar.Quando veio da tropa, passada na Polícia Militar em Lisboa, longe da frente de guerra no ultramar, aceitou o convite de um irmão e do tio e foi trabalhar para a padaria da família, na Marmeleira. Trabalhou sete anos como padeiro e chegaram a ter duas padarias. A doença súbita e mortal de um dos irmãos fez com que deixasse o ramo e fosse trabalhar para uma empresa de rações para o gado, onde esteve até 1986.Nesse ano Silvino Sequeira foi eleito presidente da Câmara de Rio maior e convidou-o para ir trabalhar para a autarquia com a missão de dinamizar o atletismo no concelho, fazendo uso da sua experiência na Casa do Povo da Marmeleira e no Ribeirense.Casado desde os 24 anos, pai de dois filhos já adultos, é uma pessoa calma e ponderada, que faz da dedicação e da amizade valores fundamentais. De si, muitos atletas dizem que foi mais que treinador, chegando quase a ser um pai.Avesso a populismos, sempre que pode gosta de estar em casa com a família. Costuma dizer que viveu muitos anos em que passava pelo menos 51 fins-de-semana fora de casa, agora quer compensar, embora o atletismo ainda não lhe dê muito tempo livre. Hoje em dia já não corre mas não dispensa as caminhadas ao final do dia ou ao início da manhã.Adora escrever e, há alguns anos, chegou a pensar que gostaria de ser escritor. Acabou por continuar a treinar e foi alimentando o gosto pela escrita pelas “memórias” que foi passando para o papel e pela colaboração num jornal local.Em casa, o seu maior prazer é fazer companhia aos filhos e à esposa, “vício” que divide com a música. Gosta de estar sentado a ouvir música calma e quando não consegue sossego em casa, fecha-se no carro e fica a escutar baladas.Passa os olhos pela televisão, gosta de ir almoçar ou jantar fora com a família mas não é grande apreciador de cinema. O último filme que foi ver foi “A Paixão de Cristo”. Não gostou porque o achou demasiado violento.

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