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Desemprego apanha quinze trabalhadores de surpresa

Desemprego apanha quinze trabalhadores de surpresa

Vinhos Machado fechou portas no Cartaxo
Na manhã de 31 de Julho boa parte dos trabalhadores da empresa armazenista e distribuidora Vinhos Machados, Lda. ficou a saber que a firma estava encerrada a partir daquele momento.Para salvaguardar os seus direitos, os trabalhadores contactaram uma advogada, cuja representante acompanhou uma técnica do Tribunal do Cartaxo, na manhã desta terça-feira, à empresa, para identificar os equipamentos da unidade e garantir que não são deslocados. A intervenção foi realizada com apoio de uma patrulha da GNR do Cartaxo.De acordo com os trabalhadores, o proprietário da empresa apenas lhes disse que iria encerrar e que, além do mês de Julho, estaria disponível para pagar os subsídios de férias de 2005 e 2006, bem como o subsídio de Natal de 2005, quando tivesse dinheiro.Segundo Maria Helena Sousa, que era funcionária de escritório há seis anos na Vinhos Machado, o proprietário apenas lhes deu os papéis para o fundo de desemprego, não passou um certificado de dívida e não quis ouvir falar em indemnizações. “Trabalho aqui há seis anos e quero uma compensação por isso”, adianta a trabalhadora.Para Maria Teresa Silva a situação é revoltante depois de 26 anos dedicados à empresa. “Nunca faltei com recurso a baixas, nem quando tive os meus filhos. Demonstrei uma dedicação total a esta empresa e esta situação foi um balde de água fria”, adianta a trabalhadora, ainda que reconheça que ao longo dos anos nunca teve razões de queixa do patrão.A viver no Cartaxo, a funcionária, de 47 anos, é casada e tem dois filhos, pelo que espera ter direito a uma indemnização por 26 anos de trabalho.Um dos motoristas da empresa foi dos últimos a saber da situação. Fernando Marcelino, de Vila Chã de Ourique, soube pelos colegas quando chegou do norte do país.“Tenho estado em casa neste período. Com 59 anos, o que é que uma pessoa vai fazer da vida”, lamenta-se. É que dos 15 trabalhadores da empresa, grande parte tem entre 45 e 50 anos. Apesar de reconhecerem que a actividade da empresa diminuiu nos últimos tempos, os trabalhadores recordam que existem encomendas, feitas até no próprio dia do encerramento.E asseguram que algum equipamento já foi retirado da empresa desde 31 de Julho, como um veículo cisterna, cubas, bombas de vinhos, uma empilhadora e máquina de refrigeração. Segundo pudemos apurar, um veículo cisterna foi mesmo adquirido pela Câmara do Cartaxo, podendo ser colocado ao serviço dos bombeiros municipais.O MIRANTE contactou o proprietário da empresa para obter uma reacção aos argumentos apresentados pelos trabalhadores. Octávio Machado disse que nada tinha a declarar mas “aconselhou” o jornalista a ter cuidado com o que iria escrever.Ricardo Carreira
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