Os supermercados Modelo e Pingo Doce estão interessados em adquirir a primeira grande produção do tradicional melão de Almeirim, desde que este desapareceu do mercado, há mais de uma década. A informação partiu da cooperativa CACER, que, em conjunto com a câmara municipal e a Escola Superior Agrária de Santarém, está envolvida num projecto para recuperar este produto que deu fama à cidade. Neste momento, segundo o presidente da CACER (Cooperativa Agrícola Centro Ribatejano), Carlos Galão, o escoamento do melão ainda não está totalmente garantido, mas existem boas perspectivas. Este ano sete agricultores associados da cooperativa com sede em Almeirim aceitaram o desafio de produzir o tradicional fruto que tem como principal característica a sua casca de verde riscado. Ao todo foram produzidos cerca de oito hectares de melão tradicional, que começou a ser colhido há uma semana. Pelo que ainda não é possível saber a quantidade exacta em termos de quilos da produção. Recorde-se que no ano passado, quando arrancou o projecto para salvar este produto tradicional, foi apenas cultivado meio hectare, a título experimental. Se o escoamento do produto correr bem este ano, Carlos Galão acredita que na próxima época mais produtores vão aderir ao projecto. Recorde-se que a recuperação do famoso melão de Almeirim foi possível graças a quatro produtores que ainda tinham sementes guardadas em casa. Mas só as sementes de três agricultores germinaram num campo experimental que serviu essencialmente para multiplicar o número de sementes. A primeira colheita, no ano passado, evitou a extinção do típico melão e foi possível a partir dos frutos começar a fazer estudos para apurar as sementes. Trabalho que está a ser efectuado pela Escola Superior Agrária de Santarém. Este projecto vai estender-se até 2007, incluindo a caracterização das sementes, a produção de semente de autofecundação e o ensaio de conservação dos frutos.