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As influências da Serra da Estrela e da família

Miguel Cardia nasceu em Aveiro em Abril de 1971. Com quatro meses foi para a Serra da Estrela para a “aldeia mais linda do mundo”, Sameiro, cinco quilómetros antes de Manteigas. Foi na Serra da Estrela que cresceu com uma infância “muito saudável” e que ajudou a moldar a personalidade que tem hoje. “Os meus avós transmitiram-me os valores da honestidade, moral, verdade e altruísmo e devo-lhes muito”, refere.O comandante recorda os passeios a pé do Sameiro até à escola em Manteigas com a estrada coberta de neve, os banhos nas águas límpidas do Zêzere onde apanhava trutas à mão e a fruta ‘roubada’ nos pomares da zona. “Um dia a minha mãe deu-me um enorme raspanete e obrigou-me a pedir desculpa ao dono de um pomar. Era o senhor Zé, um homem severo e carrancudo de quem tínhamos medo”. Miguel foi pedir desculpa e porque confessou “o crime” com um ar angelical recebeu em troca um cesto cheio de maçãs. Sempre que regressa ao Sameiro de férias cumprimenta o senhor Zé e ambos recordam aquele momento. O bombeiro fala da aldeia onde cresceu com um brilho nos olhos. Foi em Manteigas que ganhou admiração pelos bombeiros e vontade de servir a causa. A vivência na mercearia dos avós onde se vendia de tudo também ajudou a construir o homem que gosta de partilhar. Cada regresso às origens é um momento de prazer, mas Miguel Cardia criou raízes na terra onde cresceu e onde se formou como bombeiro. É em Samora Correia que quer continuar a viver com a família biológica que construiu e com a outra - a família dos bombeiros. Casado com a Marlene Parracho Cardia, também ela bombeira, o comandante tem duas filhas, Maria José e Beatriz Isabel, de oito e seis anos. Estava em Timor, em 1999, quando a primeira filha fez um ano. Enviou uma carta à filha onde justificava a sua ausência.Os colegas fizeram uma festa de anos para a menina e o segundo comandante José Prates tentou ler em público a carta. Mas a voz do sargento rendeu-se à emoção e as palavras não saíram.Miguel Cardia aprendeu a valorizar a família e tenta cada vez mais que todo o tempo que tenha livre seja para estar com a mulher e as filhas. A entrevista é interrompida várias vezes pelas perguntas de Maria José e Beatriz que sempre que podem gostam de visitar o quartel onde os pais exercem funções. Também elas cresceram com os bombeiros.

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