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Junta de Vale da Pedra em crise

Junta de Vale da Pedra em crise

Orçamento para 2006 foi novamente chumbado pela assembleia de freguesia

A autarquia reduziu a sua actividade operacional e vai utilizando verbas atribuídas pela Câmara do Cartaxo a uma colectividade local para combater a crise.

Ainda não foi desta que o orçamento para 2006 da Junta de Freguesia de Vale da Pedra, concelho do Cartaxo, foi aprovado pela assembleia de freguesia. A oposição não deixou passar o documento na reunião de 4 de Agosto por considerar que os valores propostos para gerir a autarquia são insuficientes para o seu funcionamento. E defende a tomada de medidas que permita arrecadar receitas extraordinárias.A presidente da Assembleia de Freguesia, Alda Semedo (CDU), justifica a votação contra da sua bancada com o facto de os valores que constam da proposta orçamental serem ainda mais reduzidos que os apresentados em Dezembro, altura da sessão anterior da assembleia. “São valores que apenas dão para cobrir as despesas correntes. Quando a freguesia tem outras necessidades, como a pavimentação de algumas ruas e outras obras de maior monta”, refere Alda Semedo.A autarca diz que já se propôs à junta que encontre receitas alternativas sem serem as referentes às transferências camarárias, “como a cobrança de serviços gratuitos de limpeza e recolha de lixo”, exemplifica.Alda Semedo considera ainda que para haver condições para aprovar o orçamento há questões que têm de ser melhor explicadas, como as verbas atribuídas pela Câmara do Cartaxo, através da junta, à Associação Comunitária de Vale da Pedra. “Tem havido uma diferença entre o valor atribuído e o que é entregue à associação”, constata a autarca. Que admite votar favoravelmente o orçamento em próxima assembleia se vir esclarecidas essas dúvidas.O presidente da Junta de Vale da Pedra assume que “em relação à associação comunitária, parte da verba que temos recebido da câmara tem sido utilizada em pequenos trabalhos na freguesia. Assim ficamos a dever à colectividade”, esclarece Joaquim Edgar. O autarca diz que tem apresentado à assembleia de freguesia o orçamento possível e admite que existe um diferencial de 15 mil euros para fazer face a todas as necessidades.“Estamos a tentar resolver o assunto e devo marcar para breve uma reunião com o presidente da câmara e a vereadora responsável pela divisão de administração e finanças”, adianta Joaquim Edgar Oliveira (PS), que considera fundamental receber uma verba extraordinária da edilidade cartaxense.O autarca lembra que têm sido feitos sacrifícios para ter o máximo de disponibilidade financeira, reduzindo-se os trabalhos de manutenção e arranjo de arruamentos, limpeza de ruas e construção de calçadas. O apoio às colectividades foi também diminuído. O orçamento para 2006 foi chumbado com os votos da CDU (2), PSD (2) e do eleito da lista independente Cidadãos por Vale da Pedra (CPVP), face a quatro votos favoráveis dos eleitos do PS.Recorde-se que como O MIRANTE noticiou (ver edição de 21-06-2006) a Junta de Vale da Pedra teve de cativar receitas de facturas de água de dois meses de 2005, no valor de 11.250 euros, para pagar a funcionários. Essas verbas pertenciam à Câmara do Cartaxo. Nessa altura Joaquim Edgar afirmou que iria precisar de 19 mil euros após Outubro e até final do ano para gerir a “casa”. Admitia ainda que, em 18 anos como autarca, nunca tinha passado por tantos “apertos”.De acordo com o vereador da Câmara do Cartaxo, Francisco Casimiro (PS), todas as hipóteses estão em aberto em relação a uma actuação face à Junta de Vale da Pedra.“O gabinete jurídico da autarquia está a avaliar se existe forma de actuar nesta situação e assegurar-se de que qualquer tomada de posição tenha suporte legal”, indicou o vereador, sem especificar que medida será tomada.
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