A Comissão Política Concelhia de Azambuja do Partido Social Democrata está a promover desde segunda-feira um conjunto de sessões informativas sobre a privatização da água em Azambuja, abrangendo as nove freguesias do concelho.O objectivo das sessões é informar os cidadãos sobre o concurso lançado pela Câmara Municipal de Azambuja, uma vez que “esta nada faz para esclarecer os munícipes azambujenses, decerto por querer manter este negócio num quase secretismo”, lê-se na nota informativa divulgada pelo PSD.A próxima sessão decorre na sede da Associação de Desporto e Recreio de Vale do Paraíso, quarta-feira, 23 de Agosto, às 21h30. Na quinta-feira o esclarecimento terá lugar à mesma hora na Junta de Freguesia de Vila Nova da Rainha e na sexta-feira no auditório do Páteo do Valverde, em Azambuja. A 29 de Agosto, terça-feira, será a vez da população da Maçussa ser esclarecida sobre a matéria. A sessão tem lugar na Associação Desportiva, Recreativa e Cultural.Em Alcoentre o encontro com os munícipes decorre a 30 de Agosto, às 21h30, na Associação dos Bombeiros Voluntários e em Manique do Intendente no dia seguinte na sede da Junta de Freguesia. A última sessão de esclarecimento está marcada para 1 de Setembro na Casa do Povo de Aveiras de Cima.Desde o início que o PSD, tal como a CDU, manifestou a sua oposição à privatização do abastecimento de água de Azambuja, aprovada pela maioria socialista na reunião de câmara de 31 de Julho com a abertura do concurso internacional. Para os social-democratas, a “gravidade” de que se reveste a questão da privatização da água requer que os munícipes sejam ouvidos. O PSD está a promover uma campanha de recolha de assinaturas para convocar um referendo local sobre a privatização das águas e serviços de saneamento no concelho. O objectivo do partido é que a população possa manifestar-se sobre a decisão do executivo socialista.O presidente da comissão política concelhia de Azambuja do PSD, Luís Leandro, sublinha que a decisão de privatizar o abastecimento de água e saneamento do concelho não foi uma decisão sufragada pelo eleitorado, já que esta “não foi apresentada aos eleitores como parte integrante do programa do PS”. O partido sustenta que o abastecimento da água deve manter-se como serviço público e não ficar sujeito “às leis do lucro”. Para o PSD, o argumento da falta de verbas é falacioso, uma vez que existem alternativas como as candidaturas a fundos comunitários e o endividamento público. Os social-democratas alegam ainda que a câmara municipal não pode saber se este negócio será lucrativo para o município pelo facto de não ter realizado nenhum estudo económico.O executivo presidido por Joaquim Ramos considerou que a entrega da água e saneamento a privados é a melhor opção já que o município não tem capacidade financeira para avançar com as obras necessárias no sector. A proposta aprovada prevê a concessão por um período de 30 anos, ficando a empresa obrigada a realizar um conjunto de investimentos nas várias freguesias nos primeiros sete anos.