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Moita Flores exige demissão de administrador da CULT

Presidente da Câmara de Santarém critica gestão da comunidade urbana

Numa carta arrasadora, Moita Flores critica a direcção da Comunidade Urbana da Lezíria do Tejo e exige a demissão do administrador-delegado, que entende ter poder a mais.

O presidente da Câmara de Santarém, Francisco Moita Flores (PSD), enviou uma carta de seis páginas à direcção da Comunidade Urbana da Lezíria do Tejo (CULT) - liderada pelo socialista Sousa Gomes - exigindo a demissão do seu administrador executivo, António Torres. Numa linguagem bastante crítica, Moita Flores garante que não volta a participar em mais reuniões da comunidade que, em seu entender, são comandadas pelo administrador, que classifica como um simples funcionário. E considera que a inércia está a arrastar a CULT para a destruição. Sobre António Torres, o presidente do município diz que não é uma personalidade decisiva para os destinos da região. Acrescenta que não pode ficar silencioso perante os eleitores e ser cúmplice deste poder que, em seu entender, está a atirar a CULT para uma grave crise. Considera mesmo que a inércia está a arrastar a CULT para a destruição.O autarca já tinha pedido a demissão de António Torres há cerca de seis meses, mas acabou por voltar atrás depois do administrador executivo lhe ter pedido desculpas. Mas volta agora a formular a mesma exigência, segundo diz a carta, porque continua tudo na mesma. Sublinhando que o faz em nome da “solidariedade substantiva e não folclórica”. Moita Flores aponta na carta que o processo de constituição da empresa Águas do Ribatejo está cheio de contradições e que não acredita na sua concretização. Apelida de grave e negligente o atraso que houve na elaboração da candidatura ao Fundo de Coesão no valor de 18 milhões de euros para apoiar investimentos na rede de águas. Uma candidatura que foi rejeitada há dois anos e que entretanto não foi reformulada, colocando-se em risco o encaixe dessa verba pela CULT no actual quadro comunitário de apoio. Críticas à falta de informaçãoO presidente da Câmara de Santarém critica o silêncio que tem havido por parte da direcção da CULT nessa e noutras matérias, acusando-a de não fornecer todas as informações aos presidentes das câmaras que constituem a Junta da Comunidade Urbana. Nesse sentido diz que não está disponível para a unidade e solidariedade no seio da comunidade urbana. Porque os poderes que lhe foram entregues pelos eleitores estão a ser praticados por um funcionário (António Torres) que não responde perante o público. Na missiva, o presidente do maior município da CULT refere ainda o facto da reunião da junta (que integra todos os presidentes de câmara) que devia ter ocorrido em Agosto ter sido adiada para Setembro porque o administrador estava de férias. Situação que apelida de inacreditável. Ainda para mais numa altura em que se vive uma situação complicada com as providências cautelares interpostas pelos grupos privados preteridos no concurso para integrarem o capital da empresa Águas do Ribatejo. Moita Flores refere estar indisponível para participar num sistema que assenta na desculpabilização em vez de se resolverem os problemas comuns dos municípios. A carta foi enviada aos três elementos da direcção da CULT – presidente Sousa Gomes (PS) e vice-presidentes Paulo Caldas (PS) e António Ganhão (CDU) – tendo facultado cópias a todos os elementos do executivo da Câmara de Santarém na reunião desta segunda-feira.Na altura, Moita Flores explicou que a carta foi escrita depois de ter ouvido outros autarcas da CULT. E que a mesma pretendeu “acompanhar” a interpelação pública que foi lançada recentemente pelo presidente da Assembleia Municipal de Almeirim e membro da Assembleia da CULT, Armindo Bento. Esse autarca socialista manifestou a O MIRANTE, na edição de 30 de Agosto, a sua intenção de pedir uma assembleia extraordinária da CULT para ser debatido todo o processo que envolve o dossier Águas do Ribatejo.

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