Tem cara de miúdo, mas acelera como um campeão. Rui Silva, 12 anos, lidera as três classificações do Campeonato de Iniciados de Karting. No sábado, na Batalha, o jovem piloto de Porto Alto (Samora Correia) venceu as duas mangas e conquistou a liderança na zona Centro do Troféu Clallenge Palexpo Casa de Pessoal da RTP 2006, quando falta apenas uma prova em cada competição.O melhor piloto nacional no seu escalão está a uma passo da conquista do troféu da Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting, a entregar numa gala no Casino Estoril.Mas nem tudo são rosas. A família está com dificuldades em acompanhar o ritmo do piloto e, se não surgirem apoios, o rapaz corre o risco de não competir na próxima época. “Ele tem vontade, tem vocação, tem tudo para ser um bom piloto. Só faltam os patrocínios”, lamenta o pai Armando Silva, que se tem desdobrado em contactos para angariar novos patrocinadores. A participação nesta temporada foi garantida com o patrocínio da Campicarn, uma empresa liderada pelo piloto Manuel Martins que apadrinhou a nova esperança do automobilismo. A família vive em Porto Alto há vários anos e gostaria que o carro de Rui ostentasse os brasões da freguesia de Samora Correia e do Município de Benavente, “a troco de uma pequena ajuda”.As despesas com as deslocações são o fardo mais pesado. Rui Silva necessita de treinar na Batalha, em Santo André e em Braga antes das competições. Depois há os custos com o carro e os equipamentos. Rui Silva é compreensivo e aceita usar “os mais baratos” para não sacrificar os pais. “O capacete custou 55 euros e o fato, botas e luvas 250 euros”, frisa. O piloto começou a competir o ano passado, mas já conquistou o respeito dos consagrados do automobilismo. O pai criou um blog onde descreve as provas onde participa e ilustra com fotos (www.kartruisilva.blogspot.com). As imagens e os sucessos de Rui Silva aparecem também no sítio: www.euroindy.com. O jovem piloto aparece em destaque em várias edições do jornal “Motor” e as imagens das suas provas têm sido exibidas na RTP N. A “fama” não muda nada da vida deste estudante do 6º ano da Escola EB 2/3 de Porto Alto.É um aluno médio e estuda para ser engenheiro mecânico. “Quero estudar os motores e os órgãos dos carros”, explica. Os carros, sempre os carros. Desde cedo, Rui Silva começou a brincar com automóveis e a mostrar um gosto especial pela velocidade. “É a adrenalina de acelerar”, refere. Na pista ou frente ao computador, onde os jogos de desporto automóvel ocupam o espaço maior.O ídolo de Rui é Michael Shumacher e o sonho de menino é ser piloto de Fórmula 1. “Se chegar à Fórmula 3000 já é bom”, reconhece. Entre os pilotos nacionais admira Patrick Cunha, Francisco Carvalho e Manuel Martins que têm servido de referências e ajudam o jovem piloto com os seus conselhos e incentivos. São amigos da família e foram eles que fizeram despertar o gosto de Rui Silva pelo desporto automóvel.Nelson Silva Lopes