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“Câmara está a gastar muito dinheiro com o Virgínia”

Presidente do município de Torres Novas admite mais contenção na área cultural

António Rodrigues admite cortar no orçamento do Teatro Virgínia caso seja necessário. A oposição acusa-o de usar argumentos falaciosos.

O presidente da Câmara Municipal de Torres Novas, António Rodrigues (PS), admitiu que a autarquia está a gastar muito dinheiro com o Teatro Virgínia. Mas garantiu que a situação será revista caso se verifique que as receitas provenientes desse espaço cultural não justificam o investimento. Durante a última sessão da assembleia municipal, realizada segunda-feira, António Rodrigues lembrou aos deputados presentes que no final do ano será feito um balanço da actividade da empresa municipal que vai gerir o Virgínia e que nessa altura serão tiradas as devidas conclusões quanto à validade das verbas disponibilizadas ao teatro. “É verdade que estamos a gastar muito dinheiro, mas também é verdade que estamos atentos”, disse o presidente da câmara, lembrando que em 2007, a autarquia assume um compromisso de contenção, pelo que, “se houver cortes orçamentais, o Virgínia também irá sofrê-los”.Uma justificação que acabou por cair em saco roto nas bancadas da oposição. Ramiro Silva (CDU) fez lembrar que o contrato-programa estabelecido entre a autarquia e a empresa municipal “TMTN, EM”, estabelece que as verbas atribuídas pelo município ao teatro, nunca podem ser inferiores às disponibilizadas nos anos anteriores. Pelo que as garantias do presidente só poderão ser cumpridas caso o contrato seja quebrado ou alterado.Mais acutilante na sua intervenção foi o deputado da bancada social-democrata António Leal, que acusou o presidente da câmara de “utilizar argumentos falaciosos” e ser incapaz de cumprir o prometido. Questionou igualmente a forma como a autarquia tem vindo a gerir os dinheiros públicos.Uma intervenção que acabou por provocar uma troca de palavras mais acesa entre o deputado do PSD e o presidente da Câmara Municipal de Torres Novas. Que exigiu uma explicação às acusações proferidas por António Leal: “Este senhor não sai daqui sem dizer onde é que eu menti e sem justificar a sua resposta”, ordenou António Rodrigues exaltado com o sucedido. Mas a única justificação que recebeu surgiu em tom de ironia: “Depois eu respondo por escrito, Sr. Presidente”, retorquiu António Leal.Quase 50 mil euros mensaisEm Janeiro deste ano, quando foi aprovada a verba a transferir para o Teatro Virgínia, com base num estudo de viabilidade económica elaborado por João Aidos - então assessor de António Rodrigues para a área da cultura e hoje director artístico do Virgínia - foi assumido que meio milhão de euros seria a verba mínima necessária para o equilíbrio financeiro do Teatro Virgínia. O valor seria dividido em 12 tranches, cada uma de 41.666 euros, transferida mensalmente pela autarquia. Valor que sobe agora para os 48.534 euros mensais. O contrato-programa entre o município e a empresa municipal que vai gerir o Virgínia - aprovado pela assembleia municipal esta segunda-feira - prevê ainda que os 48.534 euros mensais sejam o valor mínimo a pagar pelo município. Isto é, a câmara fica obrigada a pagar aquele montante mesmo que o valor das despesas não venha, no futuro, a justificá-lo.

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