Coruchense aposta forte no futebol jovem
Presidente da comissão administrativa garante que paragem do futebol sénior é temporária
Passada a tempestade originada pelo fim do futebol sénior, o Coruchense reorganiza-se pela base, através do futebol de formação. A prioridade é dar condições aos mais novos e pagar as dívidas do clube.
A crise financeira que se arrasta há vários anos no Grupo Desportivo O Coruchense levou ao fim do futebol sénior mas não acabou com o clube. A comissão administrativa, composta por apenas três elementos e presidida por Joaquim Capricho, está a apostar no desenvolvimento do futebol jovem.Uma aposta a pensar no futuro porque segundo Joaquim Capricho, o fim do futebol sénior é temporário. “Face à dificuldade em encontrar pessoas disponíveis para formar uma direcção forte que ajudasse a debelar a crise financeira que grassa no clube, optámos por acabar temporariamente com o futebol sénior e canalizar as verbas que aí se gastavam para pagar ao fisco. E ao mesmo tempo voltámo-nos mais para o futebol jovem”, explicou.Apostar agora não quer dizer que antes a formação estivesse esquecida, como o comprova os vários títulos conquistados. “Temos vários títulos de campeão distrital nas camadas jovens, por isso a opção pela formação não é de agora, já vem desde a fundação do clube. Com o fim do futebol sénior temos a oportunidade de dar um maior apoio aos jovens”, concretizou Joaquim Capricho.A criação de mais duas equipas jovens é para já a face mais visível desta aposta da direcção do Coruchense. “Para além de termos um coordenador de todas as camadas de formação, temos treinadores com credenciais para todas as equipas, que este ano englobam todos os escalões”. São cerca de 150 jovens que evoluem semanalmente com a camisola do clube, distribuídos por duas equipas de escolas, uma de infantis, outra de iniciados, outra de juvenis e uma de juniores.Apesar das dificuldades, os três elementos da comissão administrativa não quiseram deixar morrer o Grupo Desportivo Coruchense. “Um clube com mais de sessenta anos e que tem uma história repleta de êxitos e que sempre dignificou o nome da vila”, fez questão de dizer Joaquim Capricho.“Queremos pagar tudo o que devemos às finanças. Vamos fazer um acordo e um plano de pagamentos com o dinheiro que iríamos gastar com o futebol sénior, mas ainda não foi possível fazer esse plano porque ainda não foi possível chegar a acordo com a Câmara Municipal de Coruche quanto à definição do subsídio a receber e temos que gastar essas verbas com o futebol jovem”, disse o presidente.Joaquim Capricho aproveitou para esclarecer que contrariamente ao que foi dito, o facto de se estar à espera de receber o subsídio da câmara não tem a ver com as contas do clube, que foram aprovadas no dia 1 de Setembro.O clube tem ainda por receber duas tranches do subsídio do ano passado, e só não as recebeu ainda porque era exigido um documento da Segurança Social a comprovar que o clube não lhe deve nada. “Neste momento já temos esse documento, e também uma prova de que não devemos nada a fornecedores. Só nos falta o acordo com o fisco para podermos chegar a acordo com a autarquia”, referiu Joaquim Capricho.O fim do futebol sénior não está a ser bem acolhido pelos adeptos e pela população em geral. “O futebol sénior é a mola real do clube e as pessoas não reagem bem à sua extinção. Mas nós tínhamos que tomar uma decisão: ou se acabava com o futebol sénior ou se acabava com o clube. Nós fizemos esta opção e acreditamos que foi a melhor”, disse o presidente.
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