Lamentas as exíguas quantidades de comida que te lançaram para o prato no almoço da Região de Turismo do Ribatejo durante o Festival Nacional de Gastronomia. Não lamentes, regozija-te. Se calhar foi a tua sorte. Vê lá se te têm atafulhado com aquela carninha fora de prazo que a fiscalização encontrou por lá no frigorífico do senhor Carlos Abreu? A estas horas estavas a ler este e-mail deitado numa cama de hospital com uma enfermeira a picar-te pacientemente os braços na tentativa de encontrar uma veia para o soro. A apanhares uma intoxicação alimentar que seja mesmo numa tasca fatela. Apanhá-la num sítio requintado é demasiado infortúnio. Sai-te do bolso e do coiro. Uma duplicação que só poderia ser compensada com a tua canonização. No mínimo com a tua entronização como confrade da confraria dos penitentes da febra. Sendo a febra a tal Cindy Crawford a cujas propriedades inspiradoras fazes referência no teu último e-mail.Mas passemos a outras iguarias que o tempo voa. A Câmara de Torres Novas anunciou com estrondo que vai mandar fazer um Plano Municipal do Ambiente a fim de acabar com toda a poluição do concelho. E até já escolheu as doutoras da Universidade de Aveiro que vão meter as mãos na m…na massa, digamos assim.É de louvar esta iniciativa. Tudo pelo ambiente, digo eu. Mas nada de ganâncias porque as cadelas apressadas parem os filhos cegos. Primeiro há que saber se há poluição. A seguir fazer o levantamento dos locais poluídos. Mais tarde ouvir a população. Como sabes, sem ouvir a população o combate à poluição não é democraticamente puro. Olha que eu não estou a divagar. Estes foram os passos anunciados na apresentação da coisa. E depois? Perguntarás tu. Calma! Tu tem calma, Serafim! Tem calma que eu já te explico. A seguir é elaborado um plano de acção, são promovidos dois “workshops” com a comunidade e instituições interessadas e será proposto um sistema de monitorização, que permita à autarquia avaliar a evolução e os resultados práticos do plano de acção. Isto tudo que acabei de escrever neste parágrafo foi plagiado de uma notícia sobre o assunto. Não percebeste?!!! Olha, eu também não! O que quer dizer que formamos uma lastimável parelha de ignorantes.O senhor António Rodrigues, ilustre presidente da Câmara de Torres Novas, era bem mais esclarecido antes de ocupar o cargo. Nessa altura ele sabia muito bem onde é que havia poluição no concelho. Até tinha um programa de rádio meio ecologista onde misturava música clássica com críticas à falta de saneamento básico. Agora, década e meia depois deu-lhe uma branca e tem que mandar fazer um estudo para redescobrir o esterco que grassa por lá. Mas a culpa não é dele, não senhor. Um presidente de câmara tem mais em que pensar. A culpa é dos assessores. Não haverá nenhum que lhe ofereça no Natal umas gravações dos antigos programas radiofónicos? Não haverá nenhum técnico que o leve a passear à beira do Almonda e o deixe enterrar-se até ao pescoço numa lagoa de bosta? Cambada de incompetentes!!!!E que dizes tu àquela do doutor Carlos Nuno, ilustre colunista do insuspeito jornal O Almonda, chamar ao bigodudo António Rodrigues “Uma espécie de edição barata de Salazar”? Tu achas que o presidente da câmara e presidente do PS do distrito de Santarém merece tal epíteto? Mas o que fez afinal o homem para ser assim aclamado? Claro que o AMOR (António Manuel Oliveira Rodrigues) não é nenhum santo Antoninho. É sabido que impõe a lei da rolha na câmara apesar de não ter sobreiros no quintal. Mas caramba, dizer que ele fica aquém do Salazar porque “pelo menos esse falava português sem ser ordinário”??!! Não achas que é um exagero?!! Olha, como desagravo proponho que votemos nele para português mais ilustre naquele programa de televisão. Concordas??? Então, bóra lá!!!Uma mãozada bem despoluída do Manuel Serra d’Aire