uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante

Moita Flores critica “velhos do Restelo” e diz que a festa não vai acabar

Presidente da Câmara de Santarém aposta na imagem da cidade para a projectar

O autarca deixou recados à “gente que anda a gozar connosco a fingir que é política” e conselhos aos muitos estudantes presentes: “Não confundam saber com gravatas ou com penteados bonitos”.

O presidente da Câmara de Santarém disse sexta-feira que só com uma imagem forte e agressiva é que a cidade pode competir no cenário nacional e europeu com terras da sua igualha. Falando no encerramento do congresso “Marketing de Cidades” que decorreu no Teatro Sá da Bandeira, Francisco Moita Flores (PSD) justificou a criação da marca Santarém para afirmar a cidade e assinalar a ruptura com o passado e com os “velhos do Restelo”.“Venham por estes caminhos da liberdade total, que também implica responsabilidade, e ignorem os velhos do Restelo e o discurso sebento e cansado de quem só olha para o seu umbigo”, afirmou o autarca perante uma plateia composta sobretudo por estudantes do Instituto Politécnico.Moita Flores reconheceu que todo esse trabalho de mudança e de afirmação lhe está a “sair da pele” e não poupou críticas aos que o apelidaram de “presidente festeiro”, como o seu antecessor e agora vereador da oposição, o socialista Rui Barreiro. “Para além de gostar de festas não gosto de gente macambúzia” atirou o autarca, garantindo que “as festas não vão acabar em Santarém” até porque contribuem para “um aumento da auto-estima” da população e “para nos encontrarmos e discutirmos de forma inteligente, culta e aberta”.Embora sem referir nomes em concreto, Moita Flores deixou implícitos alguns recados aos seus opositores políticos, designadamente ao PS que ainda há uma semana o acusou de privilegiar a imagem, a propaganda e as festas. “Este jogo da imagem não pode ser posto de lado numa sociedade aberta e mediatizada”, declarou, acrescentando que Santarém tem de estar “rapidamente” a competir com cidades como Salamanca e Badajoz, “que atraem turismo, riqueza e desenvolvimento”.E para Moita Flores “não vale a pena acreditar que isso é possível sem uma imagem poderosa de agressividade”. Foi por isso que se criou a marca Santarém, um novo logótipo e a associação da cidade ao conceito de liberdade, justificada pela ligação a vultos como Salgueiro Maia, Almeida Garrett ou Alexandre Herculano.A concluir, mais um conselho à plateia e mais um recado à “gente que anda a gozar connosco a fingir que é política”: “Não confundam saber com gravatas. Porque há gente que pensa que saber é ter uma bonita gravata, um belo penteado ou um grande carro. O verdadeiro saber, aquele que é o caminho da liberdade, é o de aprender e saber mais. Ser substancialmente culto e não a cultura do verniz e da mariquice”.

Mais Notícias

    A carregar...