É recorrente nos administradores/gestores do país e das finanças públicas, (governantes, autarcas, deputados e demais representantes políticos do governo) o discurso de Salvadores da República Portuguesa. Até parece que caíram do céu, tão grandiosos benfeitores! E tratam de propagar o discurso da salvação para branquear a premência das reformas anticonstitucionais que estão a fazer e cujo objectivo assenta unicamente na vertente economicista. Poupam os que mais ganham com o “sistema” e prejudicam os mesmo de sempre, os trabalhadores. As reformas, sejam elas quais forem, têm como pressuposto os interesses económicos, que mais do que nunca se sobrepõem aos valores humanos. Isso está bem explícito no Orçamento de Estado para o ano 2007, na redução das verbas para o poder local, tornando-o mais dependente… que por sua vez, terá que exigir mais dos autarcas, e consequentemente das populações com eventuais aumentos de impostos Municipais. Penso que seria interessante ver as autarquias, que são o expoente máximo da democracia, dar o exemplo, “contrariando a ideia de quem vai para a política vai pelo tacho”, reduzindo os subsídios dos autarcas. Neste contexto a freguesia de Alhandra tem todas as condições de tomar a dianteira. Porque foi necessário mudar a força política da freguesia para que os responsáveis pela autarquia requeressem o pagamento do seu trabalho a tempo inteiro. Quer isto dizer, emagrecer o já magro orçamento da Junta de Freguesia com esse acréscimo de despesa. É por estas e por outras, que tenho a convicção profunda que o povo não tem a memória curta. Se estamos em época de sacrifícios, que seja para todos!! Mário Cantiga - Alhandra