O Bloco de Esquerda alertou segunda-feira para o possível risco para a saúde pública provocado pelo futuro transporte de resíduos perigosos que se destinarão aos Centros Integrados de Recuperação, Valorização e Eliminação de Resíduos (CIRVER) da Chamusca. Num requerimento parlamentar, a deputada bloquista Helena Pinto critica a falta de vias adequadas na região da Chamusca para este tipo de transporte, o que irá provocar a passagem de muitos pesados pelos centros de localidades como Almeirim ou Alpiarça.“O transporte deste tipo de resíduos, pelo potencial risco que representam para a saúde pública e para o ambiente em caso de acidente, precisa de ser efectuado em boas condições de segurança, quer ao nível do acondicionamento no transporte quer ao nível das vias de circulação”, refere o requerimento, dirigido ao ministério das Obras Públicas.A deputada sustenta que o transporte “deve ser feito em vias de circulação que não passem pelo interior ou próximo de aglomerados populacionais, de forma a minimizar-se o risco das populações que aí habitam e trabalham”. No entanto, a ausência de opções à ponte de Constância, que está condicionada a veículos com menos de 15 toneladas, e o facto de ainda não ter sido concluído o Itinerário Complementar 3 (IC3) vai obrigar a que o transporte seja feito por centros urbanos, até porque os CIRVER deverão entrar em funcionamento em 2007, salienta Helena Pinto.O Bloco de Esquerda adianta que as “outras alternativas de circulação que estão projectadas, como seja a nova travessia rodoviária sobre o Tejo de ligação ao IC3, na Chamusca e a ligação ao IC9, em Abrantes” não estarão concluídas antes de 2011.Nesse sentido a deputada desafia o ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário Lino, a pronunciar-se sobre o problema. “Considera o ministro que o transporte deste tipo de resíduos pelo interior de aglomerados populacionais apresenta riscos acrescidos para as populações em caso de acidente?”, questiona o requerimento.