uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante

Francisco Maurício diz que não havia diálogo na Câmara de Almeirim

Demitiu-se dos pelouros e do cargo de vice-presidente mas continua no executivo

As razões que Francisco Maurício alegou para se demitir dos seus pelouros foram expressas numa carta entregue ao presidente da Câmara de Almeirim e que só vai divulgar se a sua honra for posta em causa.

“A minha idade, o meu passado e o meu estatuto não se coadunam com as tarefas, competências e autoridade que me foram confiadas e delegadas”. Esta é a explicação de Francisco Maurício, um independente eleito pelo PS que até à passada semana ocupou o cargo de vice-presidente da Câmara de Almeirim. O autarca abandonou todos os pelouros e explica que na base da decisão não estiveram “motivos profissionais, de saúde nem de divergência política”, admitindo sentir que não havia diálogo e trabalho de grupo no seio do executivo socialista do qual fazia parte. Para Francisco Maurício, que é professor de Matemática de profissão, era importante constituir um grupo de trabalho e delegar competências nalgumas pessoas, sobretudo gente jovem em quem diz apostar e trabalhar em grupo. Mas revela que “não sentia essa forma de trabalhar” no executivo. “Gerir uma instituição não é possível sem ser em grupo. Espero que esta forma de trabalhar venha a existir”. Isto se for tido em conta as explicações que deu para a sua demissão numa carta de quatro páginas que entregou ao presidente do município, José Sousa Gomes (PS), e cujo conteúdo quer manter em segredo enquanto sentir que é respeitada a sua honra. “Espero que a carta mereça da parte do presidente uma reflexão séria”, sublinhou a O MIRANTE. O vereador, que se vai manter no executivo embora sem pelouros “pelo respeito pelas pessoas que me ajudaram a eleger e pela solidariedade para com o PS”, apesar de não ser militante nem filiado no partido, revela que a decisão de se demitir teve causas próximas e outras mais antigas e que têm a ver com o trabalho autárquico. Francisco Maurício admite que as funções que exercia lhe davam bastante prazer e que gostava de ter feito mais e melhor. Mas ressalva que não sentia a oportunidade de participar nos projectos que o presidente tem para o concelho. “Tem que se partilhar competências e autoridades e apoio de retaguarda”, disse, acrescentando que nas reuniões de câmara vai ser solidário com a maioria socialista. Mas quando sentir essa necessidade será também crítico.Uma das situações que terão pesado na decisão do autarca em regressar à Escola Secundária Sá da Bandeira, em Santarém, onde dava aulas antes de ter entrado há um ano pela primeira vez na vida política autárquica, foi a situação da empresa municipal de desporto e cultura (ALDESC), de que era presidente do conselho de administração. Reconhece que essa era uma das funções que lhe estava a dar mais prazer e gosto porque estava a tomar medidas para a transformar numa empresa viável. Mas considera que “não havia convergência entre a (sua) forma de pensar e a do presidente da câmara quanto às estratégias globais e meios a envolver”.

Mais Notícias

    A carregar...