Estudo propõe aposta nacional em culturas de regadio mais rentáveis
O aumento das áreas de culturas de regadio mais rentáveis, apesar de "mais arriscadas", como hortícolas, frutas, azeite e vinho, constitui uma das alternativas para fazer face aos impactos da reforma da Política Agrícola Comum (PAC). A recomendação foi feita em Évora por Francisco Avillez, especialista em agricultura, que elaborou um estudo sobre o impacto do processo da reforma da PAC e da nova Lei da Água sobre o futuro da agricultura de regadio em Portugal."A longo prazo, vai haver alterações muito grandes, quer quanto às áreas regadas, quer ao volume de água de rega e aos rendimentos dos agricultores", afirmou o autor do estudo, em declarações à agência Lusa. Francisco Avillez advertiu para quebras nos rendimentos das explorações agrícolas de regadio e nas áreas regadas na ordem dos 30 por cento.Quanto à futura aplicação da Lei da Água, já aprovada pelo Governo, o especialista manifestou a opinião de que a prevista taxa de recursos hídricos, a pagar pelos utilizadores, "tem menos influência do que a PAC". Entre as soluções preconizadas no estudo, Francisco Avillez recomenda a criação de condições que promovam a "confiança" no futuro da agricultura de regadio em Portugal.O estudo propõe também a adopção de medidas "capazes de promoverem a prática de sistemas de produção agrícola economicamente competitivos" (hortícolas, frutas, azeite e vinho) e ambientalmente orientadas (agricultura biológica e de conservação e culturas energéticas). Quanto ao aproveitamento bioenergético, foi apresentada a cultura do milho para a produção de etanol. "As culturas energéticas podem vir a ser um futuro significativo para a nossa agricultura", declarou o especialista nas jornadas técnicas sobre agricultura de regadio.
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