Presidente da Câmara de Alpiarça abandona assembleia municipal sobre segurança
Autarca saiu da sala quando a discussão política estava ao rubro
Joaquim Rosa do Céu voltou ao seu lugar depois da presidente da assembleia, Vera Noronha, o ter convencido. Caso contrário a sessão não podia continuar.
O presidente da Câmara de Alpiarça abandonou a meio a sessão da assembleia municipal extraordinária realizada a 21 de Novembro, requerida pelas bancadas da CDU e do PSD para debater os problemas de segurança no concelho. Joaquim Rosa do Céu dirigiu-se em voz baixa à presidente da assembleia, Vera Noronha (PS), pegou nas pastas que tinha à sua frente e abandonou a sala. Nessa altura o edil era o único elemento da maioria socialista presente, já que os vereadores José Carlos Ferreirinha e Vanda Nunes só estiveram na parte inicial do debate. Só passados cerca de dez minutos é que o deputado municipal da Coligação Democrática Unitária (CDU), João Osório, se apercebeu que não havia ninguém do executivo na sessão. O que impedia, segundo o regimento da assembleia, a continuação da mesma. João Osório considerou a atitude do presidente do município como “uma falta de respeito”, argumentando que a assembleia deve “ter dignidade”. Vera Noronha suspendeu os trabalhos e foi convencer Rosa do Céu que ainda se encontrava nas instalações, a retomar o seu lugar. O que aconteceu ao fim de cerca de dez minutos. Este explicou então que tinha saído porque as intervenções se estavam a desviar do tema da sessão. “Disse que regressava se o tema desta assembleia fosse retomado”. Na altura as bancadas partidárias dirimiam argumentos sobre alegados aproveitamentos e insinuações políticas relacionadas com os actos de vandalismo, que nos últimos tempos tiveram como alvo instalações do município e bens de autarcas socialistas. Comunistas e socialistastrocam acusaçõesNa assembleia foram bem evidentes as divergências partidárias. A CDU começou por acusar os socialistas de fazerem uma “descarada colagem” dos actos de vandalismo “às outras forças políticas”. “É tempo de dizer basta a este clima de insinuações, declaradas ou sub-reptícias. Não só os partidos com intervenção no concelho são respeitadores e constituídos por gente que exige ser respeitada, como toda a população de Alpiarça é respeitável e exige respeito”, disse José Miguel Carvalho. O mesmo eleito exigiu mesmo do presidente da câmara e de alguns membros da assembleia um pedido de desculpas. E criticou as declarações a O MIRANTE de Paulo Espírito Santo, eleito socialista da assembleia municipal, quando disse não querer acreditar que o facto do seu carro ter ardido durante a noite “possa ter a ver com política”.Paulo Espírito Santo fez uma intervenção acalorada dizendo que “a demagogia anda à solta” porque se estavam a transmitir declarações fora do contexto, uma vez que não tinha sido referida a pergunta do jornalista. Acrescentou que a CDU é que devia “pedir desculpas”, que não viu em nenhum lado alguém fazer colagens políticas e que esta era uma manobra para que as vítimas passassem a ser os maus da fita.Outro dos momentos tensos foi quando o eleito da CDU Celestino Brasileiro se dirigiu ao presidente do município para perguntar o que é que tinha sido feito para reforçar a segurança no concelho, se o executivo tomou medidas para reforçar o património do município. O presidente respondeu de forma lacónica que “o município tomou as medidas possíveis e que entendeu por convenientes”. As parcas palavras provocaram o protesto de alguns membros da oposição na assembleia.
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