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Jovens aprendem a descobrir o valor das notas musicais que lhes animam a vida

Conservatório Regional de Música Silva Marques promove audição de Natal no sábado em Alhandra

Mais de uma centena de jovens descobriu no Conservatório os sons que lhes podem mudar a vida. Nem todos sonham com uma carreira ligada à música, mas nenhum a dispensa.

São quase quatro da tarde. Dos corredores do Conservatório Regional Silva Marques, localizado na Sociedade Euterpe Alhandrense, em Alhandra, ouvem-se os sons vindos do lado de lá das portas das salas de aula. De uma das salas, ouvem-se as notas que Teresa Cardoso tira do piano. Teresa tem quinze anos e vive em São João dos Montes. “Comecei porque os meus pais gostam e, além disso, o meu avô também tocava um instrumento”, explica. Para além do piano, Teresa divide ainda o seu tempo entre a escola, as aulas de natação e a equitação. Assim, confessa que não tem muito tempo para se sentar ao piano que tem em casa mas acrescenta que tenta “treinar o mais possível”. Se vai ou não fazer da música uma carreira, Teresa não sabe. Gostava de um dia ser veterinária ou pedopsiquiatra, se a música ficar só para as horas de lazer.Quem também ainda não tem a certeza quanto ao lugar que a música vai ter no seu futuro é David Marques, que, com doze anos, tem passado os últimos cinco a estudar piano no conservatório. A professora não tem dúvidas de que o David, que até já venceu concursos nacionais, é um excelente aluno. O jovem confessa que a música lhe chegou por influência do irmão, três anos mais velho, que está agora no Conservatório Nacional, depois de já ter também frequentado o Conservatório Silva Marques. Para além de tocar piano, o David gosta de “futebol e jogos de computador” e quando não está a tocar, gosta de ouvir hip hop. Apesar das boas notas do conservatório, “no futuro logo se vê” se fará da música uma carreira. A frequentar o 7º ano, o pianista acha que ainda é cedo para decidir e a Matemática é também uma opção que lhe agrada.Do lado de dentro de uma outra sala chega o som do violoncelo de Pedro Silva, quinze anos. Pedro é do Sobralinho e desde os nove que aprende violoncelo. “A minha irmã andava aqui a aprender violino e eu também quis vir”, recorda o aluno. “Porquê o violoncelo? Nem sei. No final do ano houve uma acção de sensibilização e numa delas experimentei o violoncelo e gostei”. E foi com este acaso que Pedro encontrou o instrumento que lhe preenche os dias desde essa altura.Pedro ainda não sabe se quer levar a música mais a sério. Se assim não for, espera fazer carreira na área da Física Nuclear. A música é uma presença constante na sua vida: “se estou a ler, acompanho a leitura com música e se não estou a ler, estou a estudar música”, diz Pedro.Cá fora, Sara e Joana aguardam juntas mais uma aula de Flauta Transversal. Sara Ribeiro tem dezasseis anos, mora e estuda no Forte da Casa e estuda flauta transversal porque “é sem dúvida o instrumento mais bonito”. O caso de Sara é mais invulgar: não foi um membro da família que a influenciou a aprender música mas sim o oposto: por causa de Sara, o pai aprendeu saxofone. Joana Silva tem dezassete anos e foi há oito anos que começou a tocar flauta, numa escola de música em Vila Franca de Xira. Está no conservatório há cinco anos. A música já vem de família, o avô pertencia à banda do Ateneu e a avó cantava. Nenhuma delas tem dúvidas de que quer fazer da música a sua carreira.Todos estes alunos vão tocar na audição de Natal, no próximo dia 16 de Dezembro, pelas 18h00, que comemorará o centenário do nascimento do compositor Lopes Graça bem como os dez anos do conservatório. Conservatório registamaior participação de sempreO Conservatório Silva Marques tem, este ano, 110 alunos, um número recorde comparado com os anos anteriores, dividido pelos cursos oficiais do conservatório (com 75 alunos) e pela escola de música, frequentada pelos restantes 35. Os alunos podem escolher entre uma série de instrumentos como o clarinete, a trompa, a tuba ou o saxofone, entre outros, ou ainda ter aulas de canto. O Conservatório Regional tem equiparação pedagógica ao Conservatório Nacional. Terminado o curso secundário, os alunos podem escolher aperfeiçoar os seus conhecimentos no Conservatório Nacional, como fez o irmão de David, ou seguir para um curso superior de música, existente nalgumas universidades ou na Escola Superior de Música.A audição de Natal não vai ser o único evento de comemoração da primeira década do conservatório. A segunda semana de Maio de 2007, também dedicada a Lopes Graça, vai ter vários eventos comemorativos e um concerto final, no dia 11, para além de uma exposição sobre Silva Marques, que dá nome ao conservatório, e sobre a própria instituição.

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