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Grupo de jovens desmistifica desporto urbano que desenvolve capacidades físicas e mentais

Parkour quer acabar a desconfiança com que a modalidade é vista

O grupo vê no desporto urbano Parkour uma forma de desenvolver as capacidades físicas e mentais dos seus praticantes. Ao invés de muitas pessoas, que ainda olham para a modalidade com algumas reservas.

Denominado de desporto urbano, o Parkour (PK) é visto por muita gente com alguma desconfiança, por ser praticado maioritariamente em estruturas que incluem prédios, muros e veículos abandonados, entre outras. No entanto, para os seis elementos que compõem o grupo “Parkour Castanheira do Ribatejo” (PKCR), a prática constitui uma arte composta pelo conjunto físico e mental que inspira os seus praticantes pelas diversas capacidades humanas que pode desenvolver.João Lucas, de 15 anos, defende que o PK não é um desporto virado para a marginalidade ou vandalismo, mas sim, um estilo de vida e uma forma de se aprender a controlar o corpo e a mente. João Lucas disse a propósito que, “além de saber a forma correcta de executar as manobras, o ‘traceur’ - praticante de Parkour - precisa de ter a consciência das suas capacidades e dos seus limites físicos e psicológicos”.No entanto, algumas manobras são um pouco arriscadas e, quando mal executadas, implicam, de vez em quando, algumas lesões. “É preciso, por isso, ter a consciência do que se está a fazer e praticar com frequência, como forma a ganhar confiança na execução das mesmas”, frisou Luís Neves, de 22 anos. “Embora seja um desporto, neste caso urbano, não existem competições, nem treinadores.Mesmo assim, o ‘traceur’ precisa de ter uma boa condição física para poder executar na perfeição as mais variadas manobras”, vincou Filipe Lopes, de 13 anos. O jovem conta a história recente da modalidade na Castanheira do Ribatejo. “Tudo começou com a consulta casual de um website de PK. Ficou-se com uma ideia positiva sobre a modalidade e decidiu-se, por isso, fundar o grupo ‘Parkour Castanheira do Ribatejo’, que se encontra em actividade há cerca de seis meses”. O passo seguinte foi ligar o grupo à Internet, com a construção do portal electrónico www.pkcr.com.sapo.pt. “A partir daí, ficou tudo mais fácil para participarmos nas ‘jams’ (encontros com outros grupos)”, acrescentou.Aliás, a Internet ajudou à divulgação do Parkour um pouco por todo o mundo e Portugal não fugiu à regra. Um grupo de jovens, conhecidos por ‘old-school’, descobriu a modalidade por acaso no mundo virtual e fundou um website denominado www.parkourpt.com, que contribuiu sobremaneira para impulsionar a disciplina desde que ela apareceu em Portugal, há cerca de dois anos. Sobre a indumentária a usar, Tiago Lopes, de 16 anos, salientou que o uso de calças de ganga está desaconselhado à prática da modalidade, porque pode prender os movimentos. “Um ‘traceur’ deve ir sempre equipado de ténis e fato de treino, a que se aliam as pulseiras elásticas ou as luvas aderentes”, disse.Alfredo Rodas, de 17 anos, e Miguel Candeias, de 16 anos, respectivamente, de Arruda dos Vinhos e da Castanheira do Ribatejo, são os restantes elementos do “Parkour Castanheira do Ribatejo”, grupo que marca presenças regulares nas ‘jams’ do Parque da Nações, ou, em alternativa, promove, no seu seio, a denominada ‘run’ – prática que consiste em ir de um ponto A a um ponto B, com a finalidade de transpor ao longo do percurso os obstáculos da forma mais rápida e fluida possível.

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