A CDU acusa a maioria socialista na Câmara de Vila Franca de Xira de ter abandonado o centro histórico da cidade de Alverca e contesta a decisão de encerrar a escola do primeiro ciclo no Brejo. Numa visita à freguesia, na manhã de sábado, a comitiva comunista ouviu as queixas dos moradores que se dizem esquecidos pelo executivo camarário.A primeira parte da visita a Alverca foi dedicada à zona antiga da freguesia, onde a CDU apontou vários edifícios já devolutos, entre outros aspectos negativos. Para Nuno Libório, esta é uma zona da freguesia que “está completamente abandonada” desde que a CDU deixou a Junta de Freguesia, há cerca de um ano atrás. O vereador considera que, apesar de a autarquia ter há pouco tempo apresentado um estudo de salvaguarda do centro historio de Alverca, nada mais foi feito no sentido de requalificar a zona e acrescenta ainda ser indispensável a existência de um Plano Pormenor que requalifique a zona histórica alverquense. A CDU teme que a zona possa vir a tornar-se alvo de especulação imobiliária e alerta que, de acordou com os censos de 2001, Alverca não necessita de mais habitação, “calcula-se que seja até já excedentária em cerca de 20%”, acrescenta Nuno Libório.Após a visita ao centro antigo da cidade, a comitiva da CDU dirigiu-se para a zona do Brejo, onde ouviu as queixas de vários moradores daquela zona, que se dizem esquecidos pelas autarquias locais. “Decidimos vir aqui à zona do Brejo porque temos tido muitas queixas da população. O Brejo é uma das zonas da freguesia de Alverca mais povoadas, não vivem aqui menos de duas mil pessoas e vivem aqui casais jovens”, explicou Nuno Libório, vereador da CDU na Câmara Municipal de Vila Franca de Xira. Entre as principais queixas dos moradores daquela zona está o encerramento, há cerca de um ano, do pavilhão polidesportivo, único equipamento desse tipo na zona. Alguns habitantes do Brejo apontam ainda a falta de iluminação de algumas zonas, a necessidade de um parque infantil e a existência de árvores que, pelas suas condições, podem tornar-se um problema de saúde pública.Moradores desconheciamfecho da escolaA maioria dos moradores do Brejo mostrou-se surpreendida ao saber, pela comitiva da CDU, que a Escola do Brejo tem o seu encerramento previsto na Carta Educativa do Concelho. De acordo com Nuno Libório, a Carta Educativa, que ainda não foi votada, “contém a proposta de encerrar esta escola, deslocando os seus 82 alunos para a escola do Bom Sucesso, que será alvo de uma ampliação”. A CDU considera que “a escola tem todas as condições para continuar a funcionar”.Benvinda Lopes, moradora do Brejo, queixa-se da falta de iluminação nas ruas, entre outros equipamentos públicos. “Não temos um baloiço para as crianças nem um banco para nos sentarmos”. Surpreendida com a notícia do encerramento, ainda sem data prevista, da escola do Brejo, a moradora discorda e diz que a população deveria ter sido ouvida. “As crianças andam desterradas de um lado para o outro e fica ali um edifício para quê?”, questiona a moradora.Célia Gil foi outra das moradoras que apresentou as suas queixas à comitiva da CDU. O encerramento da escola apanhou a moradora de surpresa, apesar de ser encarregada de educação de uma das alunas da escola. “Dá-me imenso jeito que a escola continue aberta. Tenho aqui uma filha e quando ela acabar o quarto ano, vem para aqui a outra”, diz Célia Gil. “Comparada com outras escolas, esta está óptima, tem tudo o que é necessário e tem um bom ambiente que acho que é muito importante”, acrescentou. Célia Gil apelou ainda para a urgência de construção de um parque infantil naquela zona, uma vez que são várias as crianças que ali moram e que não têm um local público de recreação.A moradora aproveitou ainda a visita da CDU para alertar para as pedras que ocupam o passeio em frente à escola e que se tratam de uma parte de um relógio de sol, património da autarquia vilafranquense. Para além do transtorno que causam a quem ali passa, a moradora considera urgente que as pedras sejam removidas do local por serem parte do património do concelho.