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Elizabeth Luís

43 anos, esteticista, Azambuja

“Eu sinto-me perfeitamente integrada. Na verdade tenho hoje mais amigos portugueses que brasileiros. Aqui em Portugal o brasileiro é diferente. Aquele brasileiro hospitaleiro, que faz festas para se divertir e viver a vida, parece que chega aqui e se transforma. Ou se recolhe demais ou vira um bicho”

Onde é que vai passar o final de ano?É muito imprevisível. De repente alguém me telefona… Não tenho nada programado. Se pudesse iria a casa. Ao Brasil… Esses eram os meus planos até Outubro. Mas depois decidi frequentar um curso e o dinheirinho foi investido aí. Agora choro lágrimas de sangue. Mas acho que irá valer a pena... Não dá para pensar em tudo ao mesmo tempo. À última hora a minha irmã prontificou-se a pagar a minha viagem, mas já não havia vaga. Como é a passagem de ano no Brasil?Até à meia-noite está todo o mundo junto. Conversa-se e come-se em família. Depois toda a gente vai para a praia. A minha região é uma região de praia. Vamos rever pessoas que já não víamos há um ano. À uma hora da manhã toma-se o primeiro banho do ano… Não levamos fato de banho. Vamos com roupa normal. Maquilhagem e tudo!!... (risos)Os portugueses recebem bem os imigrantes?As coisas estão a mudar para melhor. Os brasileiros, por exemplo, estão cada vez mais a integrar-se e a encontrar as suas colocações profissionais. Volta e meia vem uma onda de legalização…Eu sinto-me perfeitamente integrada. Na verdade tenho mais amigos portugueses hoje que brasileiros. Aqui em Portugal o brasileiro é diferente. Aquele brasileiro hospitaleiro, que faz festas para se divertir e viver a vida, parece que chega aqui e se transforma. Ou se recolhe demais ou vira um bicho. Faz as compras no comércio tradicional ou em grandes superfícies?O que mais compro é o material para trabalhar e isso compro nos outlets. No que diz respeito à alimentação, nos pequenos estabelecimentos não dá para comprar. Faltam outros supermercados. Aqui na Azambuja só existe uma casa grande, não desmerecendo. Mas faltam mais alternativas.Qual teria sido a sua melhor prenda?Formação, sobretudo formação para desempenhar cada vez melhor o meu trabalho. E acesso a crédito que nós [imigrantes] não temos. Sentimos até nos fornecedores uma grande pressão. Estão sempre a perguntar quando vamos para o Brasil. As nossas colegas portuguesas conseguem logo financiamento para o material. Nós temos que conquistar tudo peça por peça. O que pensa da despenalização do aborto?Deveria ser dado à mulher o direito de decidir sobre a vida dela. Por outro lado, a saúde pública não está a ser capaz de tratar da vida que já existe. Acho que a lei não deveria falar em proibição do aborto. Mas penso que não faz sentido ser apoiado.

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