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O Natal reduzido a um monte de lixo

No dia de Natal é que todos nós nos pudemos confrontar com o verdadeiro significado do consumismo que marca esta quadra. Os contentores do lixo a abarrotar dos sobejos dos milhares de prendas são sempre um triste espectáculo e merecem que nos olhemos bem naquele “espelho”. O Natal tem nesta altura um único significado: prendas. O que fica dele é um monte de lixo.Não tenho nada contra as prendas. Gosto de receber prendas e de dar prendas. Mas não faço disso o meu Natal. O que eu não consigo digerir é o triste espectáculo das prendas pelas prendas. A afirmação de valores única e exclusivamente através das prendas. Há crianças que recebem dezenas de prendas. Algumas delas nem chegam a ver o dia seguinte, morrem na própria noite de Natal espezinhadas na voragem de outra prenda ainda maior. Os pais e os familiares que durante o ano muitas vezes não dão a devida atenção às crianças tentam compensar essa falta com objectos. É uma autêntica obscenidade o que se passa. Mas não é só o espectáculo do lixo do dia de Natal. São também as acções de charme que antecedem o Natal. A distribuição de prendas às crianças pobres. Não há instituição que não queira aparecer no jornal a dar prendas aos meninos ou bolo-rei aos sem-abrigo. E o que vemos nós? Que muitas vezes essa distribuição tem um único objectivo a promoção através dos órgãos de comunicação. Não pretendo mudar nada com esta minha carta. Eu própria cometo alguns dos pecados que aqui aponto mas não posso passar pelo Natal sem reflectir sobre o caminho que trilhamos. E após a euforia consumista das últimas semanas faz-nos falta a todos uns momentos de reflexão. Julieta Sentieiro Mendes

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