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Os tempos estão a mudar

O Governo de Sócrates vai acabar, mais tarde ou mais cedo, com os subsídios aos jornais locais e regionais. Os Governos de Guterres e de Durão já nos vinham fazendo a folha. Agora o Governo de Sócrates promete rasgá-la por inteiro. Nada que não estivéssemos à espera. Nada que não seja normal numa sociedade em evolução. O que se estranha são os métodos. Os métodos anti-democráticos dos democratas. O que o anterior Governou legislou já não serve para o actual Governo. Ou só serve o que mais lhes interessa. Vai daí toca de alterar regras e apoios que põem em causa os compromissos que os empresários dos jornais têm com os seus assinantes. Foi o Governo que obrigou os empresários a cobrarem as assinaturas à cabeça. É o Governo que, agora, vem dizer que os compromissos que nos obrigou a assumir com os leitores são da nossa inteira responsabilidade. Só num país do terceiro mundo é possível alterar as regras a meio do jogo.Com as medidas que o Governo vai tomar no início do ano os empresários da comunicação social regional vão ter que aprender a sobreviver sem subsídios. Para já sem uma grande parte dos subsídios. O que nos obriga a concorrer de igual para igual com os jornais de grande circulação que apenas se vendem nas bancas onde os jornais regionais regra geral não têm lugar. O desafio não deixa de ser interessante. Mas seria muito mais fácil se o Governo, a troco de uma ajuda, deixasse funcionar o mercado. Impondo regras absurdas, como o pagamento da assinatura à cabeça e o preço mínimo de assinatura, o Governo trata os empresários da comunicação social como gente miúda e sem horizontes.A generalidade da imprensa regional e local sempre viveu curvada perante o poder dos subsídios do Governo. E, em muitos casos, dependente dos políticos que conhecem o poder dos apoios da publicidade institucional. Os tempos estão a mudar. Ainda bem.Só é pena que os actuais governantes continuem a pensar que os jornais regionais e locais vão morrer na praia com o fim dos apoios. A história da imprensa nos países mais desenvolvidos do mundo mostra o contrário: quanto mais os jornais ficam dependentes das regras de mercado mais e melhor sobrevivem ao poder arbitrário dos governos. E mais e melhor cumprem a sua missão de formar e informar.

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