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Líder do CDS contra construção do novo aeroporto da Ota

Ribeiro e Castro apela à intervenção do Presidente da República
O líder do CDS-PP, José Ribeiro e Castro, criticou segunda-feira a construção do novo aeroporto da Ota e apelou ao Presidente da República para que intervenha e "infunda bom senso no Governo". "Pedimos ao Presidente da República que actue no quadro do que designei de magistratura de exigência, no cruzamento da cooperação estratégica com a estabilidade dinâmica, e infunda bom senso no Governo", afirmou Ribeiro e Castro, num almoço na sede do CDS-PP sobre o futuro aeroporto da Ota.Aliás, o líder democrata-cristão deixou mesmo um aviso ao executivo socialista, caso o Governo não altere a sua decisão de construir um novo aeroporto na Ota. "Em 2009, se o PS perder a maioria, todo o projecto da Ota será parado, esteja na fase em que estiver", disse, convidando o PSD a fazer idêntica declaração. "Acreditamos que a incerteza assim introduzida no futuro do investimento forçará finalmente a interrupção imediata do projecto e conduzirá o Governo a trabalhar num quadro de consenso alargado", explicou.Para Ribeiro e Castro, "a Ota é um investimento desastrado" e "Lisboa não precisa de um novo aeroporto" mas "de outro aeroporto que complete a Portela", nomeadamente para servir as companhias 'low-cost'. A mesma posição foi manifestada pelo orador convidado pelo CDS para esse almoço, o jornalista Miguel Sousa Tavares, que sublinhou "não estar suficientemente esclarecido" sobre as vantagens da construção do novo aeroporto da Ota."Quem é que pediu um novo aeroporto?", questionou, considerando que os únicos beneficiários da Ota serão "as empresas de obras públicas, as companhias de seguros, os bancos, os escritórios de advogados e as empresas de estudos". Para Sousa Tavares, "o aeroporto tem de estar onde estão os seus passageiros", salientando que 85 por cento dos utentes da Portela moram na região da Grande Lisboa. O jornalista contestou também o argumento do Governo de que o aeroporto "se pagará a si próprio", sublinhando que, além dos 25 por cento que o Estado terá de comparticipar, têm de ser também contabilizadas as receitas que deixará de cobrar, ao passar a concessão da Ota para privados durante décadas."Parece que é um aeroporto SCUP (sem custos para o utilizador público) (...) Mas a Ota SCUP vai custar aos contribuintes pelo menos o dobro do preço da sua construção em receitas não cobradas", vaticinou, estimando em dez mil milhões de euros esse valor. Miguel Sousa Tavares afastou também a ideia de que o novo aeroporto seria mais seguro do que a Portela, "sem relevo nem montanhas", ao contrário da Ota, situada "numa zona de nevoeiros". O jornalista previu ainda que, com a construção da Ota, situada a 55 quilómetros de Lisboa, "vão acabar os voos de negócios" para Porto ou Madrid. "Para todos os efeitos Lisboa passa a ficar 50 quilómetros mais longe da Europa e do mundo", lamentou.

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