O Bloco de Esquerda (BE) responsabiliza a Câmara de Santarém pelo fracasso do projecto Águas do Ribatejo, um projecto intermunicipal que deveria gerir as redes de saneamento e fornecimento de água em nove concelhos da Lezíria do Tejo. Em comunicado, a distrital de Santarém do BE acusou os eleitos do PSD e da CDU de Santarém de terem "falta de coerência, solidariedade e responsabilidade" ao recusar entrar no projecto multimunicipal liderado pela Comunidade Urbana da Lezíria do Tejo (CULT).Com este recuo de Santarém, o projecto perdeu a sua viabilidade económica, já que estava prevista a constituição de uma empresa com maioria de capital das autarquias e que iria gerir todos os investimentos nesta matéria. Para o BE, a "inteira responsabilidade do arrastamento deste processo" pertence a Santarém, lamentando que a decisão da autarquia presidida por Moita Flores (PSD) prejudique as populações de toda a região, que irão assistir a sucessivos atrasos na "resolução dos graves problemas de abastecimento de água e saneamento básico".Por outro lado, os bloquistas lamentam que o fracasso da empresa, que iria servir 150 mil habitantes, coloque em causa também a despoluição dos cursos de água, nomeadamente as bacias do Tejo e do Sorraia. Com este retrocesso, os municípios da região têm de pagar 35 por cento das obras previstas na rede de saneamento básico, que iria ser suportado pela empresa, o que pode levar a graves dificuldades em alguns concelhos, como é o caso de Coruche, onde existem trabalhos estimados em nove milhões de euros.